O contribuinte brasileiro irá trabalhar até o dia 29 de maio só para pagar impostos, taxas e contribuições às três esferas de poder: federal, estadual e municipal. No total serão 4 meses e 29 dias - 150 dias -, um dia a mais do que em 2011, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta segunda-feira (21).
?Em 2011, o brasileiro trabalhou 149 dias; em 2010, foram 148 dias; em 2009, 147 dias; e em 2008,148 dias. A quantidade de dias dobrou em relação à década de 1970, quando eram necessários 76 dias de trabalho para esse fim?, afirma o presidente executivo do Instituto, João Eloi Olenike.
Segundo o estudo do IBPT, dependendo da faixa de renda, o contribuinte terá de trabalhar mais dias no ano para ficar quites com o Leão: os que têm rendimento mensal de até R$ 3 mil trabalharão 143 dias; os que possuem rendimento de R$ 3 mil a R$ 10 mil, 159 dias, e aqueles que ganham acima de R$ 10 mil trabalharão152 dias.
O estudo faz uma comparação com a situação em outros países. ?O Brasil fica atrás apenas da Suécia, onde o contribuinte destina 185 dias para o pagamento dos tributos. Na França, são necessários 149 dias; nos EUA, 102 dias; e no México, 95 dias?, afirma Olenike.
O IBPT destaca que, além da tributação incidente sobre os rendimentos, como Imposto de Renda Pessoa Física, INSS, previdências oficiais e contribuições sindicais, o cidadão brasileiro paga tributos indiretos sobre o consumo, inclusos no preço dos produtos e serviços (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc) e sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR). As taxas (limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos) e contribuições (iluminação pública) também estão consideradas no cálculo.