Brasil vive bom momento, mas crise é “complexa”, avalia BC

Avaliação foi feita pelo diretor de Assuntos Interncionais, Luiz Pereira

País tem condições de crescer de forma sustentável por décadas, diz ele | Divulgação
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O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Pereira, avaliou nesta terça-feira (8), durante abertura do II Colóquio Internacional franco-brasileiro sobre poupança, investimento e moeda, que o país vive um "excelente momento" em sua história econômica recente, mas acrescentou que o atual contexto econômico mundial, marcado pela crise financeira, é "complexo" e que, por isso, a instituição se manterá "vigilante".

"Reunimos condições para crescermos de forma sustentável pelas próximas décadas. E o governo está plenamente empenhado com políticas públicas para que este cenário se concretize e se traduza em benefícios efetivos para toda a sociedade. Temos fundamentos macroeconômicos sólidos, políticas adequadas de reação a crise e um quadro prudencial e regulatório rigoroso", declarou Pereira.

Para o diretor do BC, as crises demandam, entretanto, "respostas rápidas, abrangentes e mensagens harmônicas e claras por parte dos formuladores de políticas econômicas". "Algumas características dos problemas nos países avançados mostram que mesmo quando encontradas, as soluções para crises dessa natureza, de sobre-endividamento, têm consequências de longa duração. Por isso, o cenário para os próximos anos é muito provavelmente de baixo crescimento das economias maduras. E no curto prazo, estamos vivendo um período de maior volatilidade e incertezas", afirmou.

Segundo ele, a complexidade do cenário internacional explica porque a "saída" de crises de endividamento é sempre "mais demorada". Explicou que é necessária a implementação e superação de "processos de ajuste" e "desalavancagem de balanços" privados ou públicos.

"A essa característica estrutural se somou uma combinação de fatores conjunturais nos Estados Unidos e na Europa que tornou o ambiente econômico internacional especialmente volátil e complexo. E essa situação tem afetado negativamente a confiança dos agentes econômicos, com reflexos nas perspectivas de crescimento de economias maduras e repercussão em economias emergentes", explicou Pereira.

Por conta das perspectivas negativas para os próximos meses, Luiz Pereira afirmou que o Banco Central continuará "vigilante" em relação os desdobramentos da economia global, adotando, "sempre que necessário", medidas para assegurar a "solidez do sistema financeiro" e a "funcionalidade" dos mercados brasileiros.

O diretor do Banco Central observou também que há "inúmeras oportunidades" de investimentos nos próximos anos, que demandarão recursos, inclusive externos (investimentos estrangeiros).

"É natural que parcela desses investimentos seja realizada com capitais estrangeiros. Ademais, estamos num claro processo de internacionalização das empresas brasileiras. Seja por meio da ampliação das exportações, inclusive para novos mercados, ou da instalação de unidades produtivas em outros países. E essas características fazem com que, nos últimos anos, o Brasil venha se beneficiando de um intenso fluxo de investimentos estrangeiros", afirmou Pereira.

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