Brasil vai pagar ao Paraguai US$ 360 milhões ao ano (três vezes mais) por energia de Itaipu

Presidente brasileiro considerou acordo como “histórico”

Lula e Lugo | G1
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Reunidos em Assunção, no Paraguai, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Fernando Lugo, anunciaram um acordo sobre a exploração da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre os dois países. Pelo acordo, o Brasil, que já paga US$ 120 milhões anuais pela energia de Itaipu, passará a pagar US$ 360 milhões anualmente. Para ser firmado, o acordo precisa ser aprovado pelos Congressos dos dois países. Em discurso após o anúncio, o presidente Lula considerou o acordo como "histórico". "Estou convencido que esse é acordo histórico entre nós", afirmou o brasileiro ao paraguaio.

A discussão sobre o preço pago pelo Brasil pela energia de Itaipu foi um dos temas da campanha eleitoral de Lugo no ano passado. O acordo oficializado neste sábado prevê ainda que o Paraguai tenha acesso privilegiado ao mercado brasileiro. O Brasil se compromete ainda a financiar projetos de infra-estrutura no Paraguai.

Em seu discurso, Lula diz que o Brasil quer os outros países da região se desenvolvam. "Ao Brasil não intessa que o Brasil se desenvolva se outros não crescerem nem se desenvolverem. Não faltaram brasileiros que queriam que endurecêssemos", disse. Para o brasileiro, o acordo melhora a relação entre Brasil e Paraguai. "Confirma que estamos de forma responsável tratando de melhorar as relações entre os países. Você já leu ou escutou em centenas de discursos que faõ pelo mundo de que a integração da América do Sul e da América Latina passa sobretudo pela boa qualidade das relações bilaterais dos países."

O contrato A hidrelétrica de Itaipu foi criada em 1973, mas so começou a gerar energia em 1984. Ela abastece 20% do território brasileiro. Para a construição, o Paraguai obteve empréstimos com o Brasil e os dois se tornaram sócios. O resultado foi uma dívida de US$ 18 bilhões, a ser paga até 2023. Como o Brasil pagou mais pelo projeto, tinha privilégios no acordo inicial. O Paraguai tinha direito a 50% da energia gerada, mas como não precisa de todo esse montante, acaba usando apenas 5% e repassava a preço de custo os 45% restantes para a Eletrobrás.

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