A economia brasileira se tornou a sexta maior do mundo no ano passado, deixando para trás a britânica, e deverá alcançar a quinta posição ainda em 2012, ultrapassando a francesa.
Os prognósticos, da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit), indicam que o país avança no ranking de maiores economias a um ritmo rápido.
"Esses desenvolvimentos pareceriam improváveis há cinco anos, mas refletem como as economias avançadas foram atingidas pela crise e como a brasileira tem se expandido, impulsionada pelas exportações de commodities", diz Robert Wood, economista sênior da EIU.
"As mudanças também refletem um real mais forte." Embora tenha sido considerada fraca, a expansão brasileira de 2,7% em 2011 foi bem superior ao crescimento de 0,8% do Reino Unido.
Isso levou o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, medido em dólares, a ultrapassar o britânico por uma pequena margem.
O mesmo deverá ocorrer em relação à economia francesa em 2012, quando a consultoria espera que o Brasil crescerá 3,3% e que a França ficará estagnada. Movimentos das taxas de câmbio ajudarão o Brasil a ultrapassar o país europeu.
A EIU estima que o real fique relativamente estável em relação ao dólar ao longo deste ano, enquanto o euro deve se desvalorizar. Com as mudanças, a economia brasileira só perderá em tamanho para os PIBs dos EUA, da China, do Japão e da Alemanha.
Projeções de dados econômicos envolvem riscos significativos. Mas analistas dizem que o avanço do Brasil no ranking das maiores economias é bastante provável.
No entanto, prognóstico do economista indiano Arvind Subramanian mostra que, mesmo se tornando uma economia maior, a participação do Brasil no PIB mundial deve permanecer estagnada até 2030, próxima a 3,3%.
Isso porque o Brasil crescerá mais do que países desenvolvidos, mas menos que outros emergentes. O cálculo aparece em livro recente do economista ("Eclipse: Living in the Shadow of China"s Economic Dominance").
Ele afirma que o indicador é importante porque é usado, por exemplo, no cálculo do poder de voto dos países no Fundo Monetário Internacional (FMI).
O economista Otaviano Canuto, vice-presidente do Banco Mundial para a Redução da Pobreza, concorda que o peso da economia dos países no PIB global pode ajudar a fortalecer sua influência.
Mas ressalta que o aspecto mais importante do avanço do Brasil no ranking das maiores economias é a evolução da renda per capita:
"O fundamental é que o Brasil consiga se tornar um país de renda alta".
A renda per capita brasileira equivalia a cerca de um terço da britânica e menos de 30% da americana em 2011.