O governo está buscando alternativas para reduzir o custo de se produzir no Brasil e quer desburocratizar a economia brasileira para aumentar a competitividade do País, disse nesta quarta-feira a presidente Dilma Rousseff, na França. Dilma também destacou, em discurso num seminário empresarial em Paris, as ações que o Brasil tem adotado na área de infraestrutura para superar gargalos ao desenvolvimento, como ferrovias, portos e aeroportos.
"Estamos tendo uma grande preocupação em reduzir o custo que significa produzir no Brasil, mas não é o custo Brasil tradicional, nós queremos é competitividade", disse Dilma. "É completamente diferente daquela época que olhavam para nós e falavam: "o custo do Brasil é porque a dívida soberana do Brasil está 2.153 pontos acima do que pagam as americanas". Isso não é nosso problema mais. Ninguém que tem US$ 378 bilhões (em reservas) tem esse tipo de problema."
Algumas medidas recentes adotadas pelo governo incluem a desonoreção da folha de pagamento para diversos setores da economia, a redução da tarifa de energia elétrica a partir de 2013 e o processo de queda da taxa de juros para a mínima histórica de 7,25% ao ano.
"São medidas que dizem respeito à forma pela qual nós queremos que a nossa economia seja, nós queremos uma economia flexível, capaz de gerar inovação, capaz de junto com a sua sociedade gerar ciência e tecnologia para o país", disse Dilma, sem citar especificamente as medidas.
"Nós queremos uma economia desburoctratizada, e estamos empenhados em resolver também os gargalos históricos na nossa infraestrutura, gargalos que advém de 20 anos de políticas exclusivas de austeridade."A presidente voltou a criticar a busca apenas pela austeridade fiscal como melhor forma de enfrentar a crise econômica e defendeu a combinação de cortes de gastos com medidas de incentivo ao crescimento econômico.
Dilma, que disse que o Brasil está fazendo a sua parte para combater a crise internacional aumentando os investimentos, afirmou que o governo também quer garantir a participação dos investidores privados no País. "Queremos construir um ambiente extremamente seguro e amigável para o investimento privado. Tanto o investimento privado por si e também em parcerias público-privadas são essenciais para resolver os gargalos na nossa logística", disse.
A economia brasileira frustrou as expectativas do governo e do mercado ao crescer apenas 0,6% no terceiro trimestre ante o trimestre imediatamente anterior.