Brasil é líder mundial em energias limpas

Quase metade das fontes no país são renováveis; mundo possui pouco mais de 10%

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 No Brasil, 46% das fontes de energia são renováveis, enquanto que a média mundial é de apenas 13%. Os dados estão no Boletim de Economia e Política Internacional do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta terça-feira (9).

Os outros 54% das fontes de energia brasileira se concentram no uso do petróleo, gás natural, carvão mineral e urânio. Energia renovável é aquela originada de fontes naturais que possuem a capacidade de regeneração (renovação), ou seja, não se esgotam.

Segundo o relatório, o país só alcançou este estágio graças à produção de eletricidade por hidrelétricas, que corresponde a 15% do total de energia renovável, uso de lenha e carvão vegetal (comum nas termelétricas), com 12%, e, sobretudo, pela utilização de produtos da cana-de-açúcar, com 16%.

Outras formas de energia renovável respondem por 3%. Entre os produtos da cana, o destaque é a produção de etanol. O documento do Ipea destaca que “o etanol representa, hoje, mais de 90% do fornecimento mundial de biocombustíveis líquidos e é produzido, fundamentalmente, a partir da cana-de-açúcar e do milho”.

A qualidade do álcool produzido no Brasil já atrai a atenção de empresas internacionais. Na semana passada, a Shell anunciou uma associação com a brasileira Cosan para expandir a oferta de etanol no mercado mundial. A produção mundial de etanol cresceu quase quatro vezes entre 2000 e 2008, de acordo com o Ipea. O Brasil e os Estados Unidos são os principais produtores mundiais, seguidos por China, Índia e França.

O comércio internacional de álcool representa pouco mais de 10% da produção. Só o Brasil responde por quase dois terços das vendas aos outros países (exportações). Em dez anos, a produção de etanol deve dobrar, projeta o Ipea. O relatório indica que o crescimento da produção de cana-de-açúcar desde 2002 serve para suprir basicamente o consumo interno - embora as exportações estejam aumentando.

Em 2003, o primeiro carro bicombustível foi colocado no mercado. Em 2006, os carros flex já correspondiam a 73% da frota brasileira. Em 2009, mais de 80% dos veículos produzidos no Brasil já eram movidos tanto a álcool como a gasolina.

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