A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deve fechar o ano com o pior desempenho entre as bolsas do mundo, aponta levantamento do analista Jason Vieira, diretor-geral do portal de informações financeiras MoneYou.
Segundo o ranking das principais bolsas de 48 países, a Bovespa aparece na lanterna.
De janeiro até o fechamento do último pregão de segunda-feira (23), o Ibovespa acumulou queda de 16,1%. Em 2012, o principal índice da bolsa brasileira terminou o ano com ganho de 7,4%.
"O Ibovespa tem sido o pesadelo dos investidores no Brasil e no exterior", afirma Vieira.
O segundo pior desempenho em 2013 em moeda local, segundo o ranking, é o da bolsa do Chile (IGPA ), com desvalorização de 13,35%.
Na sequência, estão as bolsas da Colômbia (IGBC) e da Turquia (XU100), que perderam no ano, respectivamente, 9,32% e 9,27%.
Das 48 bolsas analisadas, 10 acumulam perdas no ano.
Na outra ponta, o destaque positivo é o índice Nikkei 225, do Japão, que avançou 59,85% no ano. Também com alta de mais de 50% estão as bolsas dos Emirados Árabes (57,29%) e do
Paquistão (50,47%).
As bolsas com maior valorização no ano são as da Venezuela (485,7%) e da Argentina (92,95%). O levantamento cita, porém, a falta de credibilidade das economias destes países. "Retiraria os números disformes de Venezuela e Argentina, nos quais há sempre uma grande dificuldade em se acreditar, principalmente considerando o estado péssimo de ambos os países, porém os inclui de forma a mostrar que, em ambos os casos, a bolsa se tornou praticamente a única fonte de investimentos", afirma o economista.
Causas
Entre os fatores que explicam o mal desempenho da Bovespa em 2013, o diretor da MoneYou cita o temor de risco regulatório por parte dos estrangeiros, os juros altos, o PIB decepcionante, o tombo das ações do grupo EBX, de Eike Batista, e a falta de rumo para as ações de estímulo econômico.
"Apesar do desempenho do mercado de trabalho, com baixo desemprego, o PIB tem decepcionado a cada divulgação. Não existem reduções de IPI o suficiente para impulsionar a economia em estado de "bolha" e além disso, a alta da inflação no meio do ano, aliada aos protestos afundou a confiança na economia. Não há Copa que salve", analisa Vieira. "A comunicação do governo através de seu grande ministro e a falta de um rumo concreto para as ações de estímulo econômico também afetaram em grande monta a noção de risco, o que afasta os investidores das bolsas de valores", acrescenta.
Confira o ranking de desempenho das bolsas em 2013:
(Variação no ano até 23/12)
1º Venezuela (IBVC) - 485,70%
2º Argentina (MERVAL) - 92,48%
3º Japão (NIKKEI 225) - 59,85%
4º Emirados Árabes Unidos (ADX General) - 57,29%
5º Paquistão (KSE100) - 50,47%
6º Nigéria (NSE 30) - 40,66%
7º Irlanda (ISEQ) - 33,10%
8º Dinamarca (OMX Copenhagen) - 25,72%
9º Egito (EGX30) - 25,18%
10º Arábia Saudita (TASI) - 24,42%
11º Alemanha (DAX) - 24,26%
12º Estados Unidos (Dow Jones) - 24,02%
13º Grécia (ASE) - 23,99%
14º Finlândia (HEX25) - 23,81%
15º Noruega (OBX 544) - 21,28%
16º Suécia (OMX 30) - 19,19%
17º Suíça (SMI) - 17,67%
18º Espanha (IBEX 35) - 17,58%
19º Bélgica (BEL20) - 16,57%
20º Área do Euro (EURO STOXX 50) - 15,95%
21º Portugal (PSI20) - 15,76%
22º Israel (TA-25) - 15,60%
23º França (CAC 40) - 15,40%
24º Austrália (S&P/ASX 200) - 14,93%
25º Holanda (AEX) - 14,80%
26º Itália (FTSE MIB) - 14,47%
27º África do Sul (FTSE/JSE) - 14,20%
28º Taiwan (TWSE) - 12,22%
29º Reino Unido (FTSE 100) - 12,17%
30º Malásia (FTSE KLCI) - 10,12%
31º Índia (SENSEX) - 9,59%
32º Canadá (S&P/TSX) - 8,71%
33º Polônia (WIG) - 8,18%
34º Áustria (WBI) - 3,30%
35º Hong Kong (HSI) - 2,83%
36º Rússia (MICEX) - 2,41%
37º Coréia do Sul (KOSPI) - 1,00%
38º Filipinas (PSEi) - 0,53%
39º Cingapura (STI) - (-1,30%)
40º Indonésia (JCI) - (-1,59%)
41º México (IPC) - (-2,36%)
42º China (SSE Composite) - (-3,21%)
43º Tailândia (SET) - (-3,61%)
44º República Checa (SE PX) - (-5,15%)
45º Colômbia (IGBC) - (-10,63%)
46º Turquia (XU100) - (-11,94%)
47º Chile (IGPA) - (-13,72%)
48º Brasil (Ibovespa) - (-15,82%)