Depois de dois dias seguidos de baixa, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve dia de recuperação nesta quarta-feira (21). Principal indicador da bolsa paulista, o Ibovespa terminou em alta de 3,41%, aos 38.542 pontos.
No mercado interno, o destaque é a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom). As apostas estão divididas entre corte de 0,75 ponto e 1 ponto percentual. Atualmente a Selic vale 13,75% ao ano. Qualquer que seja a opção do colegiado, a reação fica para a quinta-feira, pois a decisão só é comunicada após o encerramento dos mercados. O giro financeiro se recuperou, somando R$ 3,47 bilhões. Boa parte da alta foi garantida na última hora de sessão.
Influências
Para o gestor Leme Investimento, Januário Hostin Júnior, a melhora veio de fora, com a bolsa brasileira acompanhando os indicadores dos Estados Unidos.
Em Wall Street, o dia também é de recuperação, com os bancos e o setor de tecnologia puxando os ganhos. Por volta das 18 horas, o Dow Jones ganhava 2,55%, enquanto o Nasdaq subia 2,87%.
As ações dos bancos retomaram parte das perdas recentes depois que Timothy Geithner, indicado para o Tesouro dos EUA, acenou com a possibilidade de um novo plano para o setor financeiro. E as empresas de tecnologia ganharam fôlego em cima da IBM, que surpreendeu com bom resultado trimestral e previsões positivas para 2009.
Segundo Júnior, o mercado de ações ganhará melhor definição conforme forem anunciadas as medidas econômicas no presidente Barack Obama. Segundo o gestor, é importante saber quais segmentos serão beneficiados e como isso deve acontecer. Como há investimento em infra-estrutura planejado, os setores de mineração de siderurgia podem ser favorecidos.
Outro ponto que pode estimular a compra de ações é a postura do Comitê de Política Monetária (Copom), que está reunido hoje para definir a taxa de juros. Segundo Júnior, uma redução de 0,75 ponto já está no preço, mas um corte de 1 ponto percentual pode ajudar a Bovespa, pois sinaliza um corte de juros mais vigoroso no decorrer do ano.
Altas e Baixas
No âmbito corporativo, destaque para o papel PN da Petrobras, que subiu 5,20%, encerrando a R$ 24,26. O ativo seguiu o preço do petróleo tipo WTI, que saltou mais de 6% e fechou acima dos US$ 43 em NY. Vale PNA veio logo atrás avançando 2,64%, para R$ 25,97.
Entre as siderúrgicas, CSN ON fechou com alta de 7,05%, a R$ 35,83. Ainda no setor, Usiminas PNA aumentou 3,88%, para R$ 29,40, e Gerdau PN subiu 3,25%, negociada a R$ 16,52.
Os bancos também ganharam valor. A ação PN do Bradesco encerrou negociada a R$ 21,09, com alta de 4,87%. Itaú PN subiu 3,35%, a R$ 23,40, e Banco do Brasil ON aumentou 2,23%, a R$ 13,75.
Ainda na ponta compradora, ganho de mais de 7% para as ações ON e PN da TIM, que fecharam a R$ 5,38 e R$ 3,16, respectivamente. BM & FBovespa ON também avançou mais de 7% fechando a R$ 6,21.
As ações PNB da Aracruz lideraram as perdas. O ativo caiu de 12,76%, para R$ 2,05, ainda reflexo da compra de 28,03% das ações ON que estão com as famílias Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga pela VCP. Se ajustando ao valor da oferta, o papel ON, que dobrou de preço ontem, ganhou 8,58%, para R$ 12,65. Já o ativo PN da VCP perdeu 11,17%, para R$ 13,83.