Bolsa Família aumenta em mais de 38% o ganho dos mais pobres no Brasil, aponta IBGE

O rendimento médio das famílias brasileiras aumentou para R$ 1.848 por pessoa por mês, uma alta de 11,5% em relação a 2022

Poder de compra turbinado | Montagem/MeioNews
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A volta do Bolsa Família, prometida pelo presidente Lula (PT), e a manutenção de um valor elevado da transferência de renda, como estabelecido no fim do governo Bolsonaro, elevaram a abrangência do programa social a níveis recordes em 2023. Isso evitou um aumento na desigualdade de renda no Brasil, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (19). O Índice de Gini, um indicador que mede a concentração de renda, manteve-se em 0,518 em 2023, mesmo valor de 2022.

DIFERENÇA EM NÚMEROS: O rendimento médio das famílias brasileiras aumentou para R$ 1.848 por pessoa por mês, uma alta de 11,5% em relação a 2022. Os ganhos dos brasileiros da base da pirâmide, porém, tiveram um salto ainda maior. Considerando os 40% mais pobres, houve um aumento de 17,6%, para R$ 527 por pessoa por mês, enquanto os 5% mais pobres viram seus rendimentos aumentarem em 38,5%.

AUMENTO DO PODER AQUISITIVO: Esses aumentos foram diretamente impactados pela reformulação do Bolsa Família, recriado em março de 2023. O programa adotou um valor mínimo de R$ 600 por mês, além de benefícios complementares para crianças de até seis anos e gestantes. Gustavo Fontes, analista do IBGE, ressaltou que o benefício médio do Bolsa Família ao longo de 2023 foi maior do que em 2022, com expansão da abrangência.

INVERSÃO NO MERCADO: No entanto, a desigualdade de renda estagnou porque o mercado de trabalho apresentou uma tendência inversa. O Índice de Gini da renda do trabalho subiu para 0,494, ante 0,486 em 2022, devido ao crescimento mais forte nos salários dos trabalhadores mais ricos em comparação com os mais pobres. Entre os 10% mais ricos, o rendimento médio do trabalho cresceu 10,4%, enquanto entre os 10% da base da pirâmide subiu apenas 1,8%.

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