A economia brasileira cresceu 9,84% nos três primeiros meses deste ano, na comparação com igual período de 2009, segundo estimativas feitas pelo Banco Central no novo Índice de Atividade Econômica da instituição (IBC-Br), divulgado nesta quarta-feira (19). O IBC-BR é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) e judar na definição da taxa básica de juros (Selic).
Já sobre o último trimestre do ano passado, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teria sido de 2,38%, de acordo com o índice. Em termos anualizados, representaria aumento de cerca de 9,5%. Nova medida O Banco Central informa que o IBC-Br "constitui uma medida antecedente da evolução da atividade econômica". Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início deste ano o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional.
O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos. O resultado oficial do PIB do primeiro trimestre deste ano será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somente no começo de junho.
"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção+importações)", explicou o Banco Central, em seu último relatório de inflação. Juros e inflação O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, os juros básicos estão em 9,5% ao ano, após uma elevação de 0,75 ponto percentual, a primeira em 19 meses, realizada no mês passado.
Com a demanda por produtos e serviços em alta, cresce o risco de que haja pressão sobre os preços. Para tentar conter a demanda, o governo anunciou, na última semana, um corte adicional de R$ 10 bilhões no orçamento dos ministérios em 2010. A estimativa dos analistas é de que o forte crescimento da economia, agora confirmado pelas previsões do Banco Central, continue a pressionar a inflação, o que deverá levar a novos aumentos da taxa de juros no decorrer deste ano.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a previsão do mercado é de 5,5% para este ano, acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (entre 2,5% e 6,5%). Como a previsão para o IPCA deste ano está acima da meta central, os economistas projetam um novo aumento de 0,75 ponto percentual nos juros, para 10,25% ao ano, no começo de junho.
O mercado acredita que os juros terminarão este ano mais altos ainda, em 11,75% ao ano. Para o PIB, a estimativa dos analistas é um crescimento de 6,3% para 2010, o maior desde 1986.