O Banco Central confirmou nesta quarta-feira (6) que houve um ingresso recorde de dólares no país pela conta financeira em setembro deste ano, período no qual foi contabilizada a entrada de US$ 16,71 bilhões na economia brasileira.
Este valor não engloba as operações da balança comercial, que registraram saída de US$ 2,98 bilhões no mês passado, por conta do forte crescimento das importações.
Segundo o BC, a entrada de dólares pelo segmento financeiro em setembro é o maior valor para um mês fechado desde 1982, quando tem início a série histórica da entidade, e aconteceu no mesmo mês do processo de capitalização da Petrobras - que atraiu investidores estrangeiros. Na parcial até 24 de setembro, divulgada na semana passada, o valor já era recorde.
O recorde anterior de ingresso de dólares pela conta financeira havia sido registrado em outubro do ano passado, quando entraram US$ 13,1 bilhões no país por conta da abertura de capital do Santander.
Os números do BC mostram que os dólares continuaram entrando no país na semana passada, quando US$ 3,57 bilhões ingressaram no Brasil pela conta financeira. Neste valor, também está contabilizado o ingresso de US$ 1,31 bilhão registrado na sexta-feira passada (1).
Armas contra queda do dólar
O Banco Central também confirmou nesta quarta-feira (6) que as compras de dólares no mercado à vista, realizadas pel autoridade monetária, somaram US$ 10,75 bilhões em setembro e bateram recorde histórico. A compra de divisas é uma das armas do governo contra a queda da cotação da moeda norte-americana.
Nesta quarta-feira (6), o governo informou que a Secretaria do Tesouro Nacional também ganhou mais fôlego para comprar dólares no mercado à vista e, com isso, poderá dar uma contribuição maior para a política do governo federal de evitar uma queda da cotação da moeda norte-americana.
Antes disso, na segunda-feira (4), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia anunciado o aumento da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para aplicações em renda fixa. O objetivo da medida também é tentar conter a queda do dólar.
Apesar do IOF, o dólar fechou em queda de 1% nesta terça-feira (5), primeiro dia de vigência da medida, cotado R$ 1,675 para venda. Com isso, atingiu o menor patamar de fechamento desde setembro de 2008. ?Há remédios que não fazem efeito no dia seguinte. Por exemplo, você toma antibiótico. Você tem que tomar, às vezes, uma semana para fazer efeito?, disse Mantega sobre o dólar em queda.