Banco Schahin é investigado por desvio de R$ 156 milhões; detalhes!

As informações são de documentos sigilosos do Banco Central

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O Banco Schahin é investigado sob suspeita de ter desviado o equivalente a R$ 156 milhões que mantinha na Suíça antes de se tornar insolvente em 2011. As informações são de documentos sigilosos do Banco Central que fazem parte de um inquérito da Polícia Federal, obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo. O dinheiro fora enviado legalmente para o banco Clariden, em Zurique, e aparecia no balanço do Schahin.

De acordo com o relatório, a conta foi zerada pelos suíços, mas o Schahin não tomou nenhuma medida legal contra o banco para reaver o valor. Questionado pelo BC sobre a omissão, o Schahin respondeu que se absteve de "tomar medidas formais de cobrança contra o Clariden". Ao jornal Folha, o Schahin não negou o sumiço do dinheiro.

A polícia considera como uma das hipóteses a possibilidade do recurso ter sido usado para pagar débitos do grupo no exterior ou empréstimo com o Clariden. Segundo três especialistas em crimes financeiros ouvidos pela reportagem, em qualquer caso, não há dúvida de que houve desvio.

O valor que evaporou equivalia a 68% do lucro fictício que o Banco Schahin registrou em 2010. Em abril do ano seguinte, o Schahin estava quebrado quando foi vendido para o BMG por R$ 230 milhões. Em 2012, o BMG descobriu que o rombo chegara a R$ 1,1 bilhão. O desaparecimento do dinheiro é um dos 11 possíveis crimes que o departamento de fiscalização do BC diz ter encontrado no Schahin.

Há maquiagem de balanço, transferência de créditos podres para empresa dos Schahin, empréstimos para outros negócios do grupo, o que é proibido pelo Banco Central, e geração de lucros artificiais em operações cruzadas com cinco bancos. Todos os negócios supostamente irregulares visavam passar a impressão de que o banco estava saudável, e não quebrado, de acordo com os técnicos do BC.

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