Expansão: Banco reduz previsão para crescimento do PIB brasileiro

Expectativa de alta em 2012 foi reduzida de 3,4% para 2,9%

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O Banco Mundial reduziu, de 3,4% para 2,9%, a perspectiva crescimento da economia brasileira em 2012, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (12). A previsão anterior constava de documento divulgado em janeiro.

Apesar da redução, a expectativa ainda é maior que a dos economistas dos bancos brasileiros. Na segunda-feira, o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, apontou que esses profissionais esperam alta de 2,53% no PIB deste ano.

Para 2013, a previsão do banco é de uma alta de 4,2% no PIB brasileiro, e para 2014, de 3,9%, "apoiado por políticas mais expansionistas e aumento dos investimentos antes da Copa do Mundo", diz o documento do banco.

O Bird havia anunciado uma previsão de 3,6% para a América Latina e o Caribe em seu informe de janeiro. Nesta terça, a expectativa foi reduzida para 3,5%.

Para a economia global, o banco espera um crescimento fraco este ano, de 2,5%, em função das incertezas na Zona do Euro. A expectativa, no entanto, é a mesma apresentada no relatório divulgado em janeiro.

Economias avançadas

Por enquanto, o relatório de projeções globais do Banco Mundial avalia que a situação econômica da Europa saia do controle. Assim, o crescimento projetado para as economias emergentes é de 5,3% neste ano e de cerca de 6% em 2013 e 2014.

O crescimento nos países avançados, mais fraco, será de 1,4% neste ano, aumentando para 1,9% e 2,3% no biênio seguinte.

Entretanto, se a crise nos países de renda alta da Europa persistir, alerta o documento, as economias emergentes teriam menos bala na agulha para enfrentar uma segunda rodada de turbulência.

"Em média, os déficits fiscais dos países em desenvolvimento estão 2,5 pontos percentuais do PIB acima do que estavam em 2007, indicando que teriam menos capacidade de responder com estímulos fiscais no evento de uma crise mais séria", exemplifica Andrew Burns, autor principal do documento.

"A vulnerabilidade externa também aumentou. Os déficits em conta corrente dos países em desenvolvimento se deterioraram em média 2,8 pontos percentuais do PIB. Se o ambiente de financiamento internacional piorar, a falta de recursos estrangeiros pode forçar alguns países a cortar gastos ou importações", avaliou.

Longa volatilidade

O Banco Mundial recomendou que os países emergentes se preparem para um "longo período de volatilidade na economia global", resultante da instabilidade nos países europeus de renda alta.

Tendo usado grande parte de sua "munição" em 2008 e 2009, para superar os momentos iniciais da crise financeira, as economias em desenvolvimento agora correm o risco de enfrentar uma nova espiral de instabilidade com "fundamentos mais frágeis" que há cinco anos, avaliou a instituição.

"Não vemos isto como um cenário de base, mas é possível que uma deterioração nos países de renda alta da Europa afete seriamente os países em desenvolvimento", disse Burns.

"O que sugerimos é que os países em desenvolvimento replanejem alguns dos colchões e reservas que usaram tão bem em 2008 e 2009 para se recuperar daquela crise", afirmou. "Que reconstruam essas estratégias trazendo a política (monetária) para um estágio mais neutro e reduzindo déficits fiscais, de forma que tenham munição para lutar contra uma eventual segunda crise, se ela ocorrer".

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