O Banco do Brasil quer multiplicar o número de cartões pré-pagos por sete nos próximos 12 meses. Atualmente com 150 mil plásticos emitidos nessa categoria, a instituição pretender completar o primeiro milhão de clientes no segmento em um ano. Para atingir a meta, a instituição planeja desenvolver cartões específicos para atender setores da economia. Hoje, lança um desenhado para caminhoneiros e as empresas de transporte rodoviário.
"Essa é uma importante porta de entrada para os clientes que atualmente não estão no sistema bancário", disse o vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, à Agência Estado. Um dos alvos do banco são os milhões de brasileiros que ascenderam para as classes C e D nos últimos anos e estão cada vez mais próximos dos serviços bancários. "Muitas dessas pessoas não têm conta corrente, mas já contam com um cartão de crédito". Adolescentes também são alvo desse produto.
Caffarelli explica que a característica de "pré-pago" dos cartões permite que os novos clientes - muitos sem experiências com as operações bancárias - possam ter maior controle do dinheiro. Ao comparar com os telefones celulares pré-pagos, o vice-presidente do BB diz que os cartões também trazem como vantagem o fato de não haver surpresa no fim do mês. Atualmente, o banco soma 150 mil cartões pré-pagos.
Entre o um milhão de plásticos previstos para o fim de 2012, pelo menos 20% devem ser do setor rodoviário. Nesse segmento, o BB lança hoje um cartão desenhado especificamente para o caminhoneiro autônomo, aquele que recebe por frete realizado e não tem vínculo formal com a empresa. Nesse cartão pré-pago, as transportadoras poderão depositar o frete aos caminhoneiros, além de incluir a verba para cobrir os custos da viagem, como combustível, pedágio e refeições.
No cartão, o BB oferece carência de dez dias. Ou seja, o caminhoneiro tem hoje o crédito no cartão e a transportadora pode depositar o dinheiro até dez dias depois. Além disso, o plástico poderá ser usado nos vizinho do Mercosul.
O novo cartão é resultado da mudança da legislação federal que acaba com a chamada "carta-frete". Esse documento é uma espécie de adiantamento do pagamento e é emitido pelas transportadoras para os autônomos. Para transformar a carta em dinheiro, os caminhoneiros precisam procurar um posto de combustível ou outro estabelecimento comercial. O problema é que muitos desses pontos exigem que o caminhoneiro compre valor mínimo naquele local ou ainda pague uma comissão pela troca.