Maior instituição financeira do país, o Banco do Brasil conquistou 3,3 milhões de clientes e ganhou mercado no ano passado.
O avanço é reflexo da aposta em juros baixos, tarifas reduzidas e custos menores nos investimentos patrocinada pelo governo Dilma para elevar a concorrência com Bradesco, Itaú e Santander. O BB conseguiu "ativar" 9,5 milhões de clientes que já tinham relacionamento com o banco, mas que não movimentavam suas contas.
O banco expandiu as financiamentos em 24,9%, somando inéditos R$ 581 bilhões. Foi o segundo maior ritmo do sistema financeiro, perdendo só para a Caixa Econômica Federal, que teve alta de 42%. Entre os bancos privados, o crescimento foi modesto: 11,5% no Bradesco, 11,5% no Itaú e 8% no Santander.
A sua participação de mercado no crédito voltou a ficar acima de 20% (20,4%), como ocorreu em 2009, no auge da crise global.
Como no caso da Caixa, o BB foi criticado por assumir uma redução nas margens de ganho e um risco elevado de inadimplência que, até o momento, não se confirmou.
No banco, os calotes caíram de 2,16% para 2,05% --uma das menores do mercado, explicada pela concentração em grandes empresas, agronegócio e consignado.
O resultado foi um lucro líquido recorde de R$ 12,2 bilhões --0,7% mais que em 2011. Sem contar eventos não recorrentes, como o adiantamento de recursos pagos à Previ (fundo de pensão dos funcionários), os ganhos somaram R$ 10,7 bilhões, 7,5% maior que em 2011.
"O BB apostou numa estratégia que antecipou a queda brusca do juros. Isso sinaliza como será o comportamento do sistema financeiro daqui em diante," disse Aldemir Bendine, presidente do BB.
Em 2012, as ações do BB caíram 9,5%, com o mercado temendo forte queda nas margens de ganho e na rentabilidade. Propagada por Bendine, a chamada "nova realidade" do setor não se confirmou na intensidade esperada.
A rentabilidade patrimonial, indicador de remuneração do acionista, caiu pouco: de 22,9% no quarto trimestre de 2011 para 21,2% em 2012.
As ações do Banco do Brasil subiram 4,07% ontem.