A balança comercial brasileira registrou superávit (exportações menos importações) de US$ 1,19 bilhão em fevereiro, de acordo com números divulgados nesta terça-feira (1) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Com isso, houve crescimento de 208% sobre o saldo positivo de US$ 389 milhões verificado em fevereiro de 2010.
No mês passado, as exportações somaram US$ 16,73 bilhões, ao mesmo tempo em que as compras do exterior totalizaram US$ 15,53 bilhões. Pela média diária, as vendas externas subiram 23,5% sobre o mesmo mês de 2010, enquanto que as importações avançaram 18,4% nesta comparação.
Primeiro bimestre
No acumulado deste ano, ainda segundo dados do governo federal, a balança comercial registrou um superávit de US$ 1,62 bilhão, o que representa crescimento de 672% frente ao mesmo período do ano passado - quando foi registrado um saldo positivo de US$ 210 milhões.
No primeiro bimestre, as exportações totalizaram US$ 31,94 bilhões, com média diária de US$ 779 mihões, enquanto que as compras do exterior somaram US$ 30,32 bilhões, ou US$ 739 milhões por dia útil. Na comparação com o mesmo período de 2010, as vendas externas cresceram 26% e as importações avançaram 20,7%.
Ano de 2010 e previsões
No ano passado, com o forte crescimento das importações, fruto do elevado ritmo de crescimento da economia brasileira (acima de 7,5%) e do dólar baixo - fator que encarece as vendas externas e tornam as compras do exterior mais baratas - o saldo comercial ficou positivo em US$ 20,27 bilhões, o valor mais baixo em oito anos.
Os economistas de instituições financeiras acreditam que, mesmo com um crescimento menor da economia (cerca de 5%), mas ainda com um dólar desvalorizado em meio à chamada "guerra cambial", que é o esforço de alguns países para desvalorizarem suas moedas e fornecer melhores condições de competitividade para suas empresas, a balança comercial brasileira deve sofrer nova queda de seu saldo positivo em 2011.
A previsão do mercado financeiro é de que o saldo comercial positivo recue novamente, agora para US$ 13 bilhões neste ano, o que, se confirmado, será o pior resultado desde 2001 - quando foi contabilizado um superávit de apenas US$ 2,7 bilhões. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade de representação do empresariado nacional, o saldo positivo da balança comercial neste ano será de apenas US$ 4 bilhões.