Puxado pela vontade de comprar da população de baixa renda, o número de consumidores que buscaram crédito no mês de maio cresceu 10% na comparação com abril. Pesquisa da consultoria Serasa Experian, divulgada nesta quarta-feira (9), mostra que a demanda atingiu um patamar recorde neste mês, chegando aos 119,1 pontos segundo o estudo.
O patamar é o maior de toda a série do Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito, que começou em janeiro de 2007. Em um ano, essa procura subiu 20,6%, na média de todas as faixas de renda.
O grupo que mais buscou empréstimos e financiamentos foi daqueles consumidores que ganham menos de R$ 500 por mês. A alta foi de 15,7% na comparação com abril. Em um ano, esse número aumentou 44,3%.
Com exceção dos consumidores que ganham mais de R$ 10 mil por mês, todas as faixas de rendimento apresentaram avanços. Apesar disso, é justamente a alta renda que ainda concentra a maioria do crédito nos primeiros cinco meses do ano (27,1%).
A Serasa aponta algumas datas comemorativas como grande impulso para essa procura por dinheiro.
- O Dia das Mães, a proximidade da Copa da África, o aumento da massa salarial real e das condições ainda favoráveis encontradas pelo consumidor junto às lojas e instituições financeiras elevaram o apetite do consumidor por crédito.
Até o fim do ano, essa busca deve recuar, como reflexo do aumento nas taxas de juros promovido pelo Banco Central. A taxa Selic (hoje em 9,5% ao ano) pode ser elevada novamente para que o banco mantenha sob controle a inflação, causada pelo excesso de crédito barato nos últimos meses. A medida deve encarecer os empréstimos e frear o consumo.
O Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito consulta cerca de 11,5 milhões de CPFs dos consumidores, levando em conta as transações entre essas pessoas e as instituições financeiras. Esse índice é, depois, dividido por região geográfica e por classe de renda mensal.