A inflação médica deverá atingir seu recorde histórico no ano que vem, encostando em 20%, de acordo com projeções da CNS (Confederação Nacional da Saúde), a entidade dos prestadores de serviços do setor.
No jargão de mercado, inflação médica é a variação de custos médicos e hospitalares, um cálculo que inclui a mudança de preços e também o aumento da frequência de uso de serviços de clínicas, laboratórios, hospitais etc.
A expectativa para a inflação dos demais preços é de cerca de um terço disso -pelo boletim Focus, organizado pelo Banco Central, o IPCA deve ser de 7,04%.
Essa diferença "não é exclusividade do Brasil", afirma Maurício Lopes, vice-presidente de Saúde da seguradora SulAmérica.
"A inflação médica versus a ordinária flutua entre duas vezes e cinco vezes ao redor do mundo", segundo ele.
O aumento decorre de novas tecnologias, que custam caro, e do envelhecimento da população, que passa a precisar mais de assistência médica, afirma Tércio Kasten, presidente da CNS.
"É muito preocupante. As seguradoras precisarão repassar o aumento, mas as empresas que contratam planos não vão ter dinheiro", diz ele.
Os segurados de planos coletivos que temem perder seus empregos buscam mais o serviço, o que pressiona a inflação médica, diz Irlau Machado, presidente da NotreDame Intermédica.
"E há expectativa de epidemia de dengue, que onera hospitais de forma contundente", complementa.