O presidente da Bolívia, Evo Morales, em meio a uma onda de violentas manifestações sociais, anunciou na noite de sexta-feira (31) que anulou a forte alta nos preços combustíveis que havia decretado e que havia gerado um caos nos valores do transporte e comércio de produtos básicos.
A decisão do mandatário boliviano também se aplica ao aumento salarial de 20% que havia estabelecido como compensação para setores chave da economia do empobrecido país.
Morales fez o anúncio pela televisão estatal depois de quatro dias de greves e manifestações.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, fala na noite desta sexta-feira (31).
"Prometi governar obedecendo ao povo, escutei e entendo meus companheiros que disseram que o reajuste é importante, necessário, mas não oportuno (...), por isso, nessa conduta de governar obedecendo ao povo, revogo o decreto supremo 748 e os demais decretos que acompanham a medida", disse.
Morales antecipou-se assim aos novos protestos, exigindo a anulação do chamado "gasolinazo", anunciados para a semana que vem por sindicatos e movimentos sociais, a maioria simpatizante de seu governo, com planos que incluíam manifestações e pelo menos duas marchas de centenas de quilômetros até La Paz.
Até o início da noite de sexta-feira o governo defendia sua decisão de aumentar os preços dos combustíveis em cerca de 80% pela necessidade de acabar com um subsídio que custava ao Estado US$ 380 milhões que dava margem ao contrabando.