Um dia após o governo anunciar corte de tributos para estimular a indústria automobilística, as montadoras começaram a baixar os preços. Os veículos ficaram até 10% mais baratos.
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para a venda financiada de automóveis vale até 31 de agosto.
O objetivo do acordo, selado anteontem entre o ministro Guido Mantega, os quatro maiores fabricantes de veículos e os quatro principais bancos do país, é reduzir os estoques e equilibrar a produção.
O nível de veículos nos pátios das montadoras e concessionárias atingiu 45 dias de vendas -o mais alto desde novembro de 2008, após o estouro da crise nos EUA.
O acordo garante ainda liberação de parte do compulsório dos bancos recolhido pelo Banco Central para financiamentos de veículos. Com isso, a estimativa é que as vendas de veículos alcancem 3,8 milhões de unidades -aumento de 5,5% ante 2011.
A Renault diminuiu os preços do Logan e do Sandero (versões de entrada) em, respectivamente, 9,9% e 10,1%. A Hyundai também anunciou redução de preços. A chinesa JAC, que tem IPI maior por não ter fábrica no Brasil, mas foi beneficiada em menor proporção, também baixou os preços, entre 4,9% e 5,2%.
Os carros com motor 1.0 feitos no país tiveram o IPI reduzido de 7% para zero.
Os automóveis com motor de 1.0 a 2.0 flex brasileiros tiveram a alíquota reduzida de 11% para 6%. O IPI dos importados com essa mesma variação de cilindrada caiu de 41% para 35,5%.
Para o consultor da PwC Marcelo Cioffi, a redução dos impostos e a liberação de parte do compulsório formaram um pacote que vai criar um "efeito positivo na demanda". "Essa receita foi positiva em 2008, durante a crise, e será mais agora", disse.
Segundo o consultor Arnaldo Brazil, da MSX International, a medida cria um "bom momento" para aquisição de veículos novos.
A Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) afirmou que a expectativa é que as medidas possam reverter a queda nas vendas.