Aparelho de celular pode se transformar em leitor de cartões

Aproximadamente 3 milhões de empresas ainda não aceitam cartões de crédito ou débito

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Os celulares podem ser adaptados e receber pagamentos diretamente dos cartões. Os plásticos atingiram no ano passado 173,2 milhões de unidades de crédito e 266,3 milhões de débito, segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).

Apesar dos números expressivos, aproximadamente 3 milhões de empresas ainda não aceitam cartões de crédito ou débito, segundo o Sebrae, que acompanha a tendência e monitora os dados das duas maiores credenciadoras de cartões.

"Se somarmos esse número à quantidade de microempreendedores individuais no país, podemos estimar que existe um mercado potencial para a captura de cartões [seja por máquina, seja por celular] de cerca de 5 milhões de empresas", diz Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae Nacional.

E, com a proximidade dos eventos esportivos que o Brasil sediará, esse número deve aumentar. Pesquisa da Visa mostrou que, durante a Copa do Mundo de futebol realizada na África do Sul, em 2010, o turismo estrangeiro promoveu aumento de 70% na utilização do cartão.

"Ou seja, estamos falando em oportunidades de negócios para os que aceitam cartão de crédito e para quem disponibilizar a captura via "mobile" ao turista estrangeiro que virá", afirma Santos.

A GoPay tem um sistema em que o usuário recebe um dispositivo para leitura do cartão, que é acoplado ao celular ou ao tablet e permite que eles sejam usados como uma máquina convencional.

Para usar a tecnologia, é necessário que o vendedor tenha um smartphone com sistema operacional IOS ou Android e conexão Wi-Fi ou 3G para autorizar as transações. O cliente não precisa de celular. "Há uma taxa de habilitação e cobrança sobre a transação", diz Marcus Schultz, cofundador da GoPay.

Segundo o executivo, já existem cem estabelecimentos credenciados usando o seu sistema no Brasil.

Um deles é a Trix Store, marca de roupas que atende clientes no atacado e varejo em São Paulo. Criada em novembro de 2011 por duas sócias, aceitava como forma de pagamento apenas dinheiro, cheque e depósito bancário.

"Mas isso não era bom, pois limitava nossos negócios", afirma Gabriela Paiva, 23, uma das sócias.

Para resolver a deficiência, elas procuraram as empresas de cartões tradicionais, mas acharam altas as taxas cobradas e o aluguel da máquina, além de terem considerado grande a burocracia para começar a usar o sistema.

Em abril, começaram a usar a solução da GoPay. "Passamos a fazer 80% das nossas vendas no varejo pelo cartão."

Para ela, a ação também incentivou as pessoas a comprar mais, pela possibilidade de parcelar as vendas. "O valor médio gasto por cliente subiu R$ 112 desde que começamos a usar o sistema."

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