SEÇÕES

Alvo da PF, Reag tem queda de 15% nas ações após megaoperação contra o PCC

Polícia Federal investiga a Reag Investimentos por suposto envolvimento em lavagem de dinheiro para o PCC. Ações da empresa (REAG3) caem forte.

Reag investimentos é alvo de operação da Polícia Federal | Foto: Reprodução
Siga-nos no

A Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país, foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta quinta-feira (28). A investigação apura a utilização de fundos de investimento e fintechs em esquemas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com sede na Avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, a companhia confirmou em comunicado ao mercado que foi alvo da operação.

“Trata-se de procedimento investigativo em curso”, informou a gestora.

A notícia provocou forte reação no mercado. As ações da empresa, listadas na B3 sob o código REAG3, recuaram 15,69% no pregão desta quinta-feira.

Estrutura e expansão

Fundada em 2013 por João Carlos Mansur, a Reag administra atualmente R$ 299 bilhões de pessoas físicas, empresas, fundos de pensão e investidores institucionais. Foi a primeira gestora de patrimônio listada na bolsa brasileira.

A companhia é controlada pela Reag Capital Holding S/A, que também administra a CiabraSF (ADMF3), outra holding independente citada pela Polícia Federal. Em comunicado, o grupo afirmou que “manterá acionistas e o mercado informados sobre o desenvolvimento dos assuntos objeto deste fato relevante”.

Nos últimos anos, a Reag ganhou notoriedade por patrocinar o Cine Belas Artes, em São Paulo, que passou a se chamar REAG Belas Artes. Também expandiu sua atuação por meio de aquisições, incorporando empresas como Hieron, Berkana, Rapier, Quadrante e Quasar.

Em 2024, a gestora comprou a Empírica Investimentos, especializada em crédito estruturado e fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), tornando-se uma das três maiores do setor, com cerca de R$ 25 bilhões sob gestão.

No início de 2025, a Reag realizou a incorporação reversa da plataforma GetNinjas, transformando-se em uma holding aberta listada na bolsa sob o ticker REAG3. Pouco depois, lançou a CiabraSF (ADMF3), que estreou com mais de 700 fundos administrados e patrimônio líquido superior a R$ 240 bilhões.

Outra empresa do grupo, a Reeve (RVEE3), entrou na B3 em abril de 2025 e ganhou destaque no ano anterior ao se associar à XP Investimentos e à Tauá Partners na SAF da Portuguesa, assumindo a revitalização do estádio do Canindé.

O que diz a Reag

A REAG Investimentos S.A. informa que colabora integralmente com as autoridades responsáveis pela Operação Carbono Oculto, e permanece confiante no regular funcionamento das instituições e da justiça, com a certeza de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos.

Sobre os fatos objeto de apuração, esclarece que diversos Fundos de Investimentos mencionados na Operação nunca estiveram sob sua administração ou gestão.

Quanto aos Fundos de Investimento apurados em que a empresa atuou como prestadora de serviço, informa que agiu de forma regular e diligente. Cumpre registrar que tais fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação.

Reforça, ainda, que não possui nem nunca possuiu qualquer envolvimento com as atividades econômicas ou empresariais conduzidas por esses clientes.

A REAG permanece em atuação com seu rigor técnico, ética e transparência, em estrita conformidade com as normas e exigências da lei e dos reguladores do sistema financeiro.


Tópicos
Carregue mais
Veja Também