Foi em maio de 1979, quatro anos depois da criação do Proalcool, programa estatal de alternativa ao petróleo, que os 16 primeiros postos de combustível começaram a receber o álcool combustível.
Foi também há 30 anos que começaram a chegar ao mercado os primeiros carros que circulavam somente a álcool.
Atualmente, de acordo com a Petrobras Distribuidora, o álcool combustível está disponível em todo o país. Para Edimário Oliveira Machado, diretor de rede de postos da Petrobras Distribuidora, ?o álcool é uma realidade irreversível, um combustível bom, que tem apelo ecológico?.
Para participantes do mercado sucroalcooleiro, os 30 anos do início da distribuição do álcool hidratado ? o país também produz o anidro, que é misturado à gasolina ? marcam também o fim da consolidação do produto na matriz energética brasileira.
Início
Depois de alguns anos de crescimento regular, a produção da "primeira fase" da produção do álcool combustível no Brasil atingiu o ápice em 1986, quando mais de 90% dos carros de passeio produzidos no país eram movidos a álcool.
Como o preço do petróleo caiu e o do açúcar subiu, a produção se desequilibrou, e o país, com uma extensa frota a álcool, enfrentou desabastecimento do combustível. Isso prejudicou a credibilidade do produto e fez com que o consumo sofresse uma forte retração.
Durante os anos 90, o índice de carros a álcool saindo das fábricas caiu para cerca de 1%, e a demanda por etanol no país passou a se resumir à frota antiga movida a álcool e ao combustível anidro, misturado à gasolina.
Retomada
Entretanto, desde 2003, com o advento do carro flex fuel ? que pode circular com qualquer mistura de álcool e gasolina ?, o mercado de etanol viu seu espaço crescer muito: hoje, mais de 80% dos veículos de passeio produzidos no Brasil são ?flex?.
Ao lado: álcool barato reduz conversão de veículos a gás
A produção de álcool combustível também deu um salto no país. De acordo com dados da Unica, entidade que reúne os produtores do setor sucroalcooleiro, a produção da safra 08/09 atingiu 14,3 bilhões de litros de álcool hidratado, contra 9,4 bilhões do ciclo anterior.
Até o ano passado, o produto viveu uma espécie de ?febre?. O crescimento do etanol de cana de açúcar rendeu até uma visita do ex-presidente dos EUA, George W. Bush, ao Brasil, em 2007.
Isso fez, de acordo com o diretor-técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, com que a oferta crescesse mais do que a demanda, graças ao interesse internacional pelo etanol e à alta do preço do petróleo, que chegou perto de US$ 150 em 2008.
Desde então, porém, a crise econômica reverteu essas duas expectativas. Por isso, diz ele, o crescimento da safra atual, em relação à do ano passado, será bem inferior, de cerca de 1 bilhão de litros do combustível.
Apesar disso, segundo a Unica, o país abrirá entre 20 e 24 usinas de produção de álcool e açúcar até o fim do ano. Atualmente, 400 unidades produtoras estão em funcionamento.