Agro deve produzir 2,9 mi de toneladas de soja em 2022 no Piauí

Estado possui duas cidades que figuram entre as 50 cidades mais ricas em agronegócio. A expectativa é que o Estado aumente a produção em até 10% este ano

Cultivo da soja cresce no estado do Piauí | Divulgação
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Lucrécio Arrais

Baixa Grande do Ribeiro e Uruçuí, no Sul do Piauí, figuram entre as 50 cidades mais ricas em agronegócio do país. A resposta para esse destaque é uma só: soja. A expectativa é que o Estado aumente a produção em até 10%, chegando a 2,9 milhões de toneladas produzidas em 2022.

A lista, que mostra o relatório de 100 cidades, a partir de dados do Ministério da Agricultura, destaca o Piauí em um patamar importante na pauta de exportação nacional. Para se ter ideia da dimensão do crescimento, a soja hoje responde por 77% de tudo que é exportado pelo Piauí. Em 2020, a soja respondia por 70% da fatia da pauta.

Soja teve der um salto em produção esse ano - Divulgação

Dados

O maior comprador da soja piauiense é a China. O valor exportado saltou de 400 milhões, em dezembro de 2020, para 600 milhões no mesmo período de 2021. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Países como a Holanda e Espanha também se destacam entre os compradores.

Ampla necessidade do produto no mercado - Divulgação

Alimentação humana

Mas por que a soja é tão importante? O produto agrícola não vai apenas no shoyu do sushi ou na carne de soja consumida pelos veganos. Na verdade, sem o grão seria difícil comer carne no país. A soja, que é demandada para a alimentação humana e de animais, é essencial para várias cadeias produtivas, daí a ampla necessidade do produto no mercado internacional.

É o que explica Alzir Neto, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja-PI).  "Ela é a base de 70% da ração do frango, do suíno do bovino. Tem o óleo de soja, tem a margarina. A dona de casa pode não conhecer uma plantação de soja, mas no cotidiano de todo mundo tem composto de soja", revela.

Sudoeste do Estado tem vocação

A produção de soja do Piauí está concentrada na mesorregião do Sudoeste piauiense, que é uma região de Cerrado, com chapadas de topografia extremamente planas, excepcionais para a mecanização da produção.

Segundo Alzir região incentiva produção - Divulgação

Máquinas

O relevo favorece a utilização de máquinas para arar, colher, por exemplo. "Além disso, temos um volume de chuvas interessante, que soma no processo de correção do solo. É uma região que naturalmente incentiva a produção. Facilita para boa parte das culturas agrícolas. Mas a soja se destaca porque está na mesa de todo mundo em diversos aspectos", acrescenta Alzir Neto.

A região de Baixa Grande do Ribeiro tem uma vocação muito grande para a produção de soja. E isso explica o fato do município despontar em nível nacional. 

"Ainda tem muita área que pode crescer. Continua sendo a principal cidade de produção, tendo Uruçuí em segundo lugar. O mundo inteiro compra soja, então é um produto muito demandado. A China consome muita soja. Os Estados Unidos também", avalia o presidente da Aprosoja.

Soja do Piauí em números

A expectativa para a produção de 2022 é muito alta, com a possibilidade de um novo recorde para o agronegócio piauiense.

"Esperamos um crescimento de até 10% na produção de grãos nos Cerrados. A Rodovia Transcerrados, quando estiver com asfaltamento concluído, será uma das rodovias principais", explica Alzir Neto.

Em 2021 a produção chegou a 2 milhões e 600 mil toneladas de soja. "Em 2022 vamos bater esse número, chegando próximo de 2,9 milhões de toneladas de soja", prevê o presidente da Aprosoja.

Cenário local da produção da soja tem crescido - Divulgação

Cenário

A participação do Piauí no cenário produtivo local e nacional tem alcançado destaques significativos a cada ano que passa.

 "Recentemente o Ministério da Agricultura trouxe uma lista com os cem principais municípios representativos para o PIB do Agronegócio brasileiro e entre eles dois municípios do Piauí. Isso reflete a importância que o Piauí vem ganhando em nível nacional. Ainda que continuemos a enfrentar sérios problemas de logística e infraestrutura para escoar nossa produção”, finaliza o produtor.

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