Os acionistas minoritários do Grupo EBX, holding do empresário Eike Batista, estimam em aproximadamente R$ 109 bilhões o prejuízo provocado pela crise do grupo, informou nesta segunda-feira o presidente da Unax (União dos Acionistas Minoritários do Grupo EBX), Adriano Mezzomo.
O representante da Unax --que reúne cerca de 2.000 acionistas em todo o país-- afirmou que o cálculo considera o ápice da capitalização das ações da EBX, que valiam cerca de R$ 110 bilhões há alguns anos, e hoje estão valendo cerca de R$ 1 bilhão.
O prejuízo estimado diz respeito aos 52 mil acionistas que investiram nas empresas de Eike. Mezzomo disse ainda que os papéis "literalmente viraram pó".
O presidente da Unax participou nesta manhã de uma audiência pública na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), que foi convocada pelo deputado estadual Paulo Ramos (PSOL). O objetivo, segundo ele, é pressionar a presidência da Casa a deliberar a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Ramos pretende investigar as circunstâncias da crise do Grupo EBX e o repasse de verbas públicas por parte do BNDES.
Durante a audiência, o deputado chegou a sugerir a "prisão preventiva de Eike Batista", argumentando que o empresário teria dado um "golpe" ao informar a credores que não pagará as dívidas decorrentes da crise financeira.
De acordo com a assessoria do parlamentar, os representantes do Grupo EBX, da CVM (Comissão de Valores Imobiliários), do BNDES e de outros órgãos foram convidados a participar da audiência, porém não compareceram.