As ações da Gol fecharam nesta sexta-feira em forte queda, após a revisão nas estimativas de desempenho da aérea, o que levou bancos de investimento a cortarem recomendações sobre a empresa. Os papéis PN da companhia despencaram 21,6%, para R$ 12, enquanto o Ibovespa encerrou em alta de 0,20%, aos 58.823 pontos.
Os papéis da Gol atingiram o menor patamar desde o dia 13 de julho de 2009 (R$ 11,37). Neste período, o preço das ações chegou a superar os R$ 30 no pico. Com a queda, o valor de mercado da companhia desabou cerca de R$ 900 milhões só hoje, para R$ 3,245 bilhões.
Segundo a consultoria Economática, a última maior queda diária das ações da Gol havia sido registrada em 15 de outubro de 2008, quando os papéis caíram 19,13%.
As ações da TAM, principal concorrente da Gol, também recuaram, fechando em queda de 7,7%, a R$ 29,8.
Na noite de quinta-feira, a Gol informou a redução da previsão de margem operacional para 2011, uma vez que custos maiores de combustíveis e despesas com investimentos em pessoal devem impactar o lucro.
A projeção para o lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês), ou margem operacional, da Gol foi reduzida de uma faixa de 6,5% a 10 % para 1% a 4%. Além disso, a empresa diminuiu a expectativa sobre preços de tarifas este ano.
A Gol disse que os novos números levaram em conta preços mais elevados dos combustível, que responderam por 40% do total de custos da companhia no primeiro semestre.
O Credit Suisse reduziu sua recomendação para a ação da Gol de "outperform" (acima da média do mercado) para "neutro", e o preço-alvo para 12 meses de 27 para 16 reais.
A Bank of America Merrill Lynch também cortou sua avaliação sobre a Gol de "compra" para "neutro" e revisou a própria estimativa de margem Ebit de 6,9% para 3,7% neste ano, além de diminuir estimativa de lucro por ação de 0,81 centavos de dólar para 0,46 centavos.
Em relatório, o Itaú BBA afirma que o cenário atual traçado pela companhia "é muito pior do que estávamos prevendo.
O Bradesco BBI, por sua vez, acredita que a rentabilidade começará a mostrar recuperação em 2012, "assumindo um cenário menos competitivo e um aumento maior nos yields compensando o aumento nos custos".
A companhia também citou custos adicionais com a contratação de 395 copilotos em fase de treinamento para garantir os planos futuros de crescimento sustentável.
A Gol também irá encerrar suas operações de voos fretados com as seis aeronaves Boeing 767, e a devolução antecipada de três aviões desse modelo acarretou despesas adicionais.