Os brasileiros estão bastante otimistas em relação à evolução de sua carreira. Pelo menos é o que indica o estudo realizado com cerca de 400 profissionais de cada um dos 32 países pesquisados pela Randstad, grupo holandês de soluções em Recursos Humanos. Segundo a pesquisa, divulgada com exclusividade ao iG, 81% dos profissionais do Brasil acreditam que vão receber um aumento salarial em 2014, ou 8 a cada 10 pessoas.
O resultado é 5 pontos percentuais maior que o verificado na avaliação realizada em 2013. Além disso, pelo menos 74% dos profissionais também esperam receber pelo menos uma bonificação até o final do ano.
No geral, o estudo indica que a população brasileira está tão otimista em relação ao mercado de trabalho quanto a de países desenvolvidos e, em alguns casos, até mais. De acordo com a pesquisa, funcionários de alguns países europeus estão bastante inseguros sobre a estabilidade de seus empregos, como na Grécia, Hungria e Espanha, onde 94%, 93% e 91% da população, respectivamente, não sente que está segura no seu emprego atual. Já no Brasil, a taxa cai para 45%, índice comparável ao de países como a Noruega e Suécia, ambos com 39%.
- 14% dos profissionais recusam emprego por não se alinharem à cultura da empresa
?No Brasil, apesar de o PIB [Produto Interno Bruto] não ter crescido como era esperado nos últimos três anos, o índice ainda cresce a taxas positivas. A gente conseguiu manter o emprego das pessoas, então elas têm menos receio de desligamentos?, avalia Frederico Vani, da Randstad Professionals, braço de recrutamento de média e alta gerência da Randstad. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego do País no mês de abril ficou em 4,9% na comparação anual, a menor já registrada para o período.
Segundo a pesquisa, 58% dos brasileiros acreditam que a economia brasileira vai melhorar em 2014. Apesar disso, Vani ressalta que alguns pontos da indústria já começam a encarar um cenário diferente, como o setor automotivo, que vem sofrendo com a constante queda nas vendas desde o início do ano. Como consequência, algumas montadoras já começaram a demitir funcionários e criaram Programa de Demissão Voluntária (PDV) e ofereceram férias coletivas.
Outro setor que começa a patinar é o mercado financeiro, com alguns bancos fazendo menos contratações. Ainda assim, a previsão do consultor é de que o mercado de trabalho se mantenha estável este ano em comparação ao ano passado.
Pressão fora do trabalho
A pesquisa também aborda pontos relacionados a quanto os profissionais conseguem se desligar do trabalho quando estão fora do escritório. Mesmo que apenas 21% dos trabalhadores sintam que os seus chefes esperam que eles estejam disponíveis 24 horas por dia durante as suas férias, 60% procuram se manter informados sobre o que está acontecendo no escritório neste período. E cerca de quatro a cada dez pessoas não conseguem resistir e acompanham os e-mails de trabalho continuamente.