5 bancos mostram interesse em comprar Panamericano

Quatro brasileiros e um estrangeiro podem entrar no páreo para assumir empresa de Silvio

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Um representante de um banco estrangeiro chegou ao Brasil para avaliar a possível compra do Panamericano, braço financeiro do grupo Silvio Santos que foi colocado à venda após a descoberta de um rombo de R$ 2,5 bilhões nos balanços, no fim de 2010. Fontes que participam do processo citam, entre eles, Bradesco, Santander, Safra e BTG Pactual.

Nenhum desses bancos fez proposta firme até agora. A maioria se manifestou em novembro e dezembro, logo depois que o escândalo veio a público. Na ocasião, o Grupo Silvio Santos pegou um empréstimo equivalente para cobrir as perdas e deu como garantia de pagamento para o empréstimo todos os seus bens.

O patrimônio do empresário Silvio Santos inclui, além do próprio banco, as lojas do Baú da Felicidade, a marca de cosméticos Jequiti, a rede de TV SBT, o Centro Cultural Grupo Silvio Santos, a imobiliária Sisan, a Liderança capitalização (administradora da Tele-Sena), a Braspag (empresa de pagamentos para e-commerce e call center), o Auto Moto Shopping Vimave (venda de veículos) e o Guarujá Jequitimar (hotel), entre outros. No total, as garantias somam R$ 2,7 bilhões.

Alguns dos interessados efetivamente olharam os principais números do Panamericano, outros apenas avisaram que podem vir a negociar os 37,27% de Silvio Santos, dependendo das condições.

O último a aparecer foi o banco estrangeiro, que não tem operações no Brasil, ainda não quer revelar o nome e contratou um consultor para representá-lo no processo. Procurados, Bradesco, BTG e Santander responderam, por meio de suas assessorias, que não comentariam rumores de mercado. A assessoria do Safra não foi localizada.

Antes de dar início a qualquer negociação efetiva, os bancos querem ver o balanço do terceiro trimestre de 2010 do Panamericano, que até hoje não foi divulgado. A apresentação desses resultados já foi adiada duas vezes e agora está prometida para o próximo dia 31.

Sem avaliar esse balanço, fica impossível saber se o aporte de R$ 2,5 bilhões foi suficiente para sanear as contas, se o banco tem outros problemas e qual é a situação da instituição atualmente.

Entenda a fraude

O Panamericano, que sempre teve como pilar as operações de crédito consignado e de financiamentos de veículos e de imóveis para as classes C e D, vendia carteiras de crédito para outros bancos - entre eles, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC -, mas não dava baixa no balanço.

Como o banco não levantava os recursos para empréstimos por meio dos depósitos feitos por correntistas, ele vendia parte de suas carteiras, que são como um ?pacote? de empréstimos que têm um prazo para ser totalmente devolvido. Como o banco quer o dinheiro no menor tempo possível, ele ?vende? o prazo.

Imagine um pacote de empréstimos que vale R$ 10, mas que será devolvido em R$ 1 por ano, ou seja, nos próximos dez anos. Para ter o dinheiro já, o banco vende tudo por R$ 5 agora, embolsa esse dinheiro e quem comprou assume o risco de os outros R$ 5 serem pagos.

O que ocorreu foi que parte dessas carteiras, mesmo já repassada adiante, continuava entre os ativos do banco, sendo considerada como ?pronta para ser vendida?. Mas, na verdade, ela não pertencia mais ao banco.

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