Compras realizadas no cartão de crédito são responsáveis pela inadimplência de 41% dos brasileiros com contas em atraso, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).
A pesquisa, realizada em junho de 2012, mostrou que os consumidores ficam inadimplentes em mais de um meio de pagamento. Os entrevistados citam, na média, 1,4 meio de pagamento como causador das restrições.
Após os cartões, os carnês estão em segundo lugar, com 29,9% das pessoas declarando ter alguma restrição por compra efetuada no tipo de pagamento. Em seguida vem empréstimo pessoal (21,3%), cheques sem fundo (20,1%), cheque especial (11,2%) e cartões de loja (9,5%).
Segundo a Boa Vista, nas faixas de renda familiar até 3 salários mínimos, a porcentagem de consumidores que declaram o cartão de crédito como causador da restrição atinge 44,7%. A proporção cai para 30,1% nas faixas acima de 10 salários mínimos.
Os entrevistados citam, na média, a compra de 1,4 produto ou aquisição de serviços como causador da dívida.
Para 25,6% das pessoas entrevistadas, uma das dívidas não pagas teve origem em compras de produtos relacionados com alimentação; 23,1% citam a compra de calçados e vestuário e 21,9% a compra de móveis e eletrodomésticos como os causadores das dívidas; 17,5% citam outros bens e para 16,6% as dívidas foram originadas do não pagamento de contas de concessionários de serviços públicos.
Desemprego como responsável
O desemprego continua sendo a maior causa da inadimplência, segundo os entrevistados, representando 32,3% dos casos. O descontrole dos gastos praticamente empata, com 29,8% das citações. O empréstimo do nome é a terceira maior causa, com 6,9%.
Entre os inadimplentes, 48,7% declararam possuir uma conta em atraso que causou a restrição; 31,7% declararam possuir entre 2 e 3 contas e 19% disseram possuir 4 contas ou mais.
Segundo 29,4% dos entrevistados, as dívidas estão abaixo de R$ 500; 17,1% possuem dívidas abertas acima de R$ 5.000; 16,6% entre R$ 1.000 e R$ 2.000; e 16,3% entre R$ 500 e R$ 1.000.
Do total, 10% dos inadimplentes declararam que não terão condições de pagar suas contas em atraso. Além disso, 27% declararam que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas.