Com o up da inteligência artificial, o grupo paranaense O Boticário, maior varejista de cosméticos do país, lança os primeiros perfumes do mundo feitos com ajuda de Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês). Em reportagem na revista Exame, a novidade chega em duas versões — “On you” (Em Você) e “On me” (Em Mim) — e integra o portfólio da marca Egeo, voltada para o público mais jovem.
Para criar as novas fragrâncias, a fabricante “invocou” a deusa grega do perfume, Phylira, que no mundo real empresta seu nome a um sistema inédito de AI criado pela IBM em parceria com a alemã Symrise, uma das principais fornecedoras de fragrância da rede. O sistema Phylira foi alimentado com milhões de dados referentes a fórmulas, ingredientes, história da perfumaria e taxas de aceitação do consumidor.
Com a precisão e capacidade de processamento que só um “cérebro artificial” é capaz de entregar, Phylira buscou e cruzou os dados que mais se aproximavam ao que O Boticário queria. O resultado são duas combinações de fragrâncias que levam um pouco de frutas, flores, especiarias, madeiras e até notas inusitadas, como caramelo e leite condensado. Como o sistema não tem limitação de combinações, pode usar ingredientes que às vezes passam despercebidos por serem muito incomuns.
Ao final do processo, as fragrâncias foram submetidas ao crivo do nariz exigente do perfumista para ajustes. A nova linha estará disponível a partir do dia 27 de maio em todas as lojas, revendedoras e e-commerce da rede no Brasil, pelo valor de R$ 104,90 cada.
Atenta à importância das representações de gênero e diversidade, a rede não distingue os perfumes em “masculino” e feminino”, apesar de as embalagens destacarem tons mais quentes e mais frios, que remetem aos ingredientes. “Fragrâncias são fragrâncias, e homens e mulheres devem decidir o que preferem usar. Queremos ser menos taxativos nesse processo”, diz a EXAME o diretor de marketing de O Boticário, Alexandre Bouza.
“Temos trabalhado com nossos consultores e lojas sobre questões de gênero e diversidade, para que façam menos pré-julgamentos sobre caminhos olfativos e cores. Devemos ser capazes de oferecer maquiagens a rapazes que procuram esse tipo de produto e apresentar as fragrâncias de forma diferenciada, sem pré-definição”, acrescenta o executivo.