Circula pelo WhatsApp uma foto que supostamente mostra duas meninas se beijando na boca. A legenda que acompanha a imagem afirma que uma escola de educação infantil no município de Cabedelo, na Paraíba, estaria promovendo a “doutrina LGBT” com os estudantes. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação.
A informação analisada pela Lupa é falsa. A imagem registra uma gincana pedagógica que consistia em mostrar a afetividade nas convivências sociais. Após participarem de uma roda de conversa sobre a importância de não machucar os colegas com beliscões, puxões de cabelo e mordidas, os alunos retiravam um pirulito de um cartaz e entregavam a outro estudante com alguma demonstração de afeto. Em nota enviada pelo WhatsApp pela diretora pedagógica Izabel Araújo, a Instituição Educacional Pequeno Príncipe informa que se trata de uma informação falsa propagada por pessoas mal intencionadas.
O advogado Francinaldo de Oliveira, que representa o estabelecimento de ensino, compartilhou, por mensagem no WhatsApp, um vídeo no qual ele mesmo esclarece que a legenda da foto é enganosa. Segundo Oliveira, a imagem mostra um beijo no rosto entre as duas crianças, e o ângulo da foto foi interpretado de forma equivocada. “Olha só, recentemente algumas pessoas pegaram uma foto de duas crianças inocentes tirada aqui no colégio na cidade de Cabedelo na Paraíba e interpretaram de uma forma errada, acusando a escola de ter promovido ideologia de gênero, a famosa transexualidade das crianças. Isso nunca aconteceu nessa escola”, disse, na gravação.
Em seguida, o advogado mostra duas docentes da instituição que foram solicitadas para reproduzir o acontecimento da foto. “A gente convidou duas professoras aqui do colégio e vamos fazer a mesma cena da foto para você perceber que foi um erro (...) Veja só o ângulo dessa foto. Você percebe que é um beijo inocente, mas pelo ângulo a gente vê que pode interpretar que é um beijo na boca, o que não é”, explicou, durante a encenação.
Veja, abaixo, a comparação dos ângulos da cena mostrada durante a gravação:
A foto com as duas crianças foi publicada no perfil da instituição educacional que prefere mantê-lo privado. Um dos primeiros perfis que compartilharam a imagem associando o beijo no rosto a uma “doutrina LGBT” removeu a publicação e se retratou posteriormente.