Assessoria do Insituto Lula informou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continua internada no hospital Sírio-Libanês nesta quarta-feira (25) e está em coma induzido.
Novo boletim médico divulgado pela manhã informou que ela foi submetida a novo procedimento após sofrer acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Ela está internada na UTI e não tem previsão de alta.
O cardiologista Roberto Kalil é quem está acompanhando Dona Marisa pois atende a família há 10 anos e pelos médicos Milberto Scaff, Marcos Stávale e José Guilherme Caldas.
Segundo Kalil, do ponto de vista clínico, o quadro da paciente é estável e que os próximos exames irão esclarecer sobre o seu quadro neurológico.
O vereador Eduardo Suplicy (PT) esteve no hospital nesta manhã para prestar solidariedade à família de Lula. Segundo Suplicy, o quadro de Dona Marisa ainda é delicado, e o ex-presidente estava bastante emocionado durante o encontro.
— Ele (Lula) sabe de pessoas que tiveram esse problema e depois não puderam voltar a ter uma vida normal. Mas ele tem toda a esperança (de que ela vai melhorar). A situação da Marisa é delicada e vai ser necessário um cuidado muito grande para que ela venha a ter um pronto restabelecimento. Ela se constituiu nos últimos 44 anos num apoio fundamental ao Lula em todas as situações — contou.
Familiares se revezam para ficar com a ex-primeira dama no hospital. De acordo com a assessoria do ex-presidente, ele deixou o local no início da tarde.
Dona Marisa passou mal no apartamento em que mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no início da tarde de ontem. Ela foi levada a um pronto-socorro da cidade, de onde, após exames constatarem o AVC, foi transferida para o Sírio-Libanês em uma ambulância. Marisa chegou consciente ao hospital por volta das 15h30.
Segundo Kalil, houve rompimento de um aneurisma, o que provocou sangramento no cérebro, e Marisa foi submetida a um cateterismo. Os médicos do Sírio conseguiram estancar o sangue e fizeram uma arteriografia — um exame cujo objetivo é avaliar a gravidade do sangramento nas artérias.
— Ela rompeu um aneurisma, que é uma alteração ou dilatação na artéria do cérebro. Com o rompimento, teve um sangramento no cérebro. Como todo AVC, é um estado delicado — afirmou Kalil.
O hospital informou que Marisa foi “imediatamente submetida a um atendimento de emergência, seguido de cirurgia endovascular (embolização)”, uma cirurgia feita dentro de uma artéria para fechá-la, e “oclusão do aneurisma” — o fechamento do sangramento.
O ex-presidente Lula acompanhou todo o procedimento no hospital desde o meio da tarde. Ele continua na unidade, mas a assessoria dele não soube informar se Lula passou a noite no hospital.
Por meio de sua conta no Facebook, ele desejou melhoras à mulher: “Estamos torcendo muito para que ela se recupere logo”, escreveu Lula. Após a confirmação de que Marisa iria para a UTI, ele agradeceu o apoio que recebeu: “Obrigado por todo o carinho e pensamentos positivos. Agora, é aguardar a recuperação com muita fé.”
Pessoas próximas ao ex-presidente afirmaram que, devido a coágulos no cérebro, Marisa Letícia já havia sido alertada por Kalil sobre o risco de um AVC. O próprio cardiologista afirmou que o aneurisma fora identificado há dez anos, mas que, por ser pequeno, não oferecia riscos.
— Marisa tinha tendência a esse tipo de acidente (vascular). Havia essa preocupação — disse uma pessoa próxima do ex-presidente.
À noite, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, afirmou que o procedimento ao qual a ex-primeira-dama foi submetida havia sido bem-sucedido. No fim da noite, Marisa Letícia estava inconsciente após a cirurgia que estancou um sangramento em seu cérebro. Questionado se o AVC pode ter influência emocional, Okamotto respondeu que sim:
— Para qualquer ser humano que passa pelo que ela está passando, ter os filhos perseguidos injustamente - disse.
Segundo Okamotto, Lula e outros familiares estão no hospital. Outros políticos acompanharam Lula e a ex-primeira-dama no hospital, como ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), o vereador Jamil Murad (PCdoB) e o presidente estadual do PT, Emídio de Souza.