A Polícia Civil está tentando identificar os responsáveis pela morte de 27 gatos, que aconteceram, nos últimos dez dias, em Queimados. Os corpos dos animais foram encontrados em dois pontos do bairro Fanchem. Um deles, onde foram localizados 16 felinos, entre os 25 e 27 de setembro, fica a menos de menos de 50 metros de distância da sede da Guarda Ambiental da cidade, órgão encarregado de dar proteção aos animais na cidade da Baixada Fluminense.
Todos os bichos eram do sexo masculino e tinham marcas de cortes no pescoço. Além disso, os gatos também tiveram parte do pelo raspado na altura do peito.
As recentes mortes mudaram o hábito dos donos de gatos. Alguns como a dona de casa Valéria Mota, de 50 anos, optaram por colocar uma coleira nos bichanos de estimação.
? Passei a colocar uma coleira no meu gato, que tem o nome de Negão. Ele é o xodó da minha casa . Assim, é mais fácil evitar que ele deixe a casa. Há duas semanas, perdi a Piranha, uma gata branca com pintas bege. Ela sumiu e não foi mais vista. Temo que ela tenha sido morta. Não quero que aconteça a mesma coisa com o Negão. Sem contar que, há três meses, perdi o Neném, um gato siamês, que também sumiu da minha casa ? disse Valéria Mota.
Segundo o delegado Daniel Mayr, da 55 ªDP, se os culpados pelas mortes forem identificados, responderão por delito previsto na lei de crimes ambientais. Em caso de condenação, a pena prevista é de seis meses de detenção, além de multa
Para ajudar a polícia, a Secretaria de Meio Ambiente de Queimados disponibilizou o telefone 2665-7739 para receber denúncias sobre o caso. A onda de mortes começou no início da semana passada, quando 11 gatos foram encontrados sem vida no Morro da Baleia. Na quarta-feira passada, outros 12 animais foram encontrados em um matagal, na Rua Francisco Gabriel Neto. Na sexta-feira, os corpos de mais quatro felinos foram encontrados no mesmo local.
Na ocasião, um quinto animal, em estado de choque, foi resgatado por guardas em cima de um muro. Ele, que estava com o pelo depilado na altura do peito, foi levado para a sede da Vigilância Sanitária de Queimados. Lá, foi atendido pela médica veterinária Ângela Medeiros. O animal, quem tem aproximadamente 2 anos, está reagindo bem ao tratamento e não corre risco de morrer.
O gato deverá ser oferecido para adoção depois do fim do tratamento. Segundo Amélia Silva, presidente da ONG Pró-vida animais, que comunicou o caso à polícia, os corpos dos gatos encontrados mortos na sexta-feira serão encaminhados hoje, para um exame de necrópsia, no Hospital Veterinário da Mangueira, na Zona Norte do Rio.
? Trabalho com animais há 20 anos e, neste tempo, jamais vi uma atrocidade igual. O exame vai apontar exatamente a causa da morte dos gatos. Ainda não sabemos o que aconteceu, mas há ferimentos no pescoço dos bichos, que podem ter sido feitos para retirada de sangue ? disse Amélia Silva.