Doenças cardíacas em diabéticos exigem cuidados redobrados

Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de incidência da doença.

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O mês de novembro, conhecido como Novembro Azul é assim denominado em alusão ao dia 14, quando é lembrado o Dia Mundial do Diabetes. A cor azul representa o céu e a bandeira das Nações Unidas, e a data está ligada à promoção da saúde, de políticas públicas eficientes e de cuidados com a doença. Associada à doença, outros fatores patológicos podem se manifestar no paciente, entre eles a hipertensão.

Segundo o estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil está em quinto lugar no ranking mundial da doença. A endocrinologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ, Dra. Lenita Zajdenverg, fez a apresentação dos dados, que registram mais de 7,5 milhões de pessoas com diabetes.

A doença se manifesta em três tipos, apontadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes como: Diabetes tipo 1 ? Neste tipo, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune, necessitando os portadores de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais; o tipo 2 ? É também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos, embora seja cada vez mais comum em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana; e Diabetes Gestacional ? quando existe a presença de glicose elevada no sangue durante a gravidez. Geralmente a glicose no sangue se normaliza após o parto.

Já a hipertensão, conhecida também como pressão alta, é quando a pressão arterial será sempre alterada, independente de esforço ou qualquer atividade física. Cronicamente, a pressão arterial elevada tende a forçar o coração a trabalhar mais, o que pode enfraquecê-lo com o tempo. A hipertensão também aumenta o desgaste das artérias.

Estudos revelam a ligação entre essas doenças, e ainda entre outras doenças relacionadas ao coração. Pelo menos metade dos pacientes com diabetes apresentam o quadro de hipertensão. Os diabéticos têm também mais chances de apresentarem condições que aumentem o risco de infartos, entre elas, doenças cardíacas, colesterol alto, coágulos de sangue, derrame cerebral, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.

Algumas teorias tentam explicar a relação. Para muitos pesquisadores, quase todos os pacientes com diabetes tipo 2, por exemplo, desenvolvem resistência a sua própria insulina, de modo que o pâncreas continua produzindo esse hormônio crítico em abundância na tentativa de vencer a resistência à insulina. Existem determinadas evidências científicas de que os altos níveis de insulina no sangue provocam mudanças prejudiciais na parede dos vasos sanguíneos que levam à arterosclerose.

Segundo o médico cardiologista, Victor Lira (CRM-PI 4447), é de extrema importância que a pessoa diabética faça o controle constante da doença. ?O nível alto de açúcar no sangue causa vários problemas nas paredes dos pequenos e grandes vasos sanguíneos dificultando a circulação, além de estar associado à piora de outros fatores de risco para o coração, como o colesterol, obesidade e a hipertensão. A ideia principal é que toda pessoa com diabetes deve se preocupar com a possibilidade de ter doença do coração, e identificar fatores que, junto com o diabetes, aumentam o risco de desenvolver a doença. Portanto, o controle rigoroso da taxa de açúcar no sangue, uma dieta saudável e atividade física, conjuntamente com o controle dos outros fatores de risco cardiovasculares são fundamentais para prevenção de doenças do coração?, explica.

Durante o Novembro Azul, para celebrar os avanços já alcançados em termo de tratamento, orientar, prevenir e alertar sobre os cuidados necessários para o convívio com a doença, diversas atividades deverão ser realizadas em um cronograma especial desenvolvido através de parceria entre entidades como a Associação dos Diabéticos do Piauí ? ADIP, Secretaria Estadual de Saúde do Piauí-SESAPI, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia-PI, e outros. Entre as ações estão: oficinas, Sessão Solene na Câmara Municipal de Teresina, Ação educativa no Lineu Araújo, e Lançamento da revista ?Sem Açúcar e com Afeto? da Associação dos Diabéticos do Piauí.

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