Imortalizado na música de Luiz Gonzaga - “Mandacaru quando “fulora” na seca é sinal que a chuva chega no sertão” -, esse cactus sempre foi visto como símbolo de resistência e fé, emblemático da bravura do sertanejo, medidor da sua esperança, fazendo-o, pacientemente aguardar a chuva chegar para refazer as plantações.
E a flor do mandacaru, profusamente bela em meio ao chão estorricado do Nordeste, sempre foi esse raro sinal de que a chuva está vindo. E, com ela, os tempos vão melhorar, a fartura material vai bater à porta, a alegria vai tomar conta da família.
Agora, não mais apenas pela graça da natureza, mas pela ação do homem que respeitosamente aliado a ela, soube agir para dela tirar proveito, a Flor do Mandacaru já não é o único sinal de alento, o único indicador de boa nova. Fincando-se no solo em direção às alturas, torres imponentes, com suas pás captadoras de ventos, emperalham-se a esse cactus simbólico, para gerar energia eólica, permitindo mudar a vida do Nordeste e de seu povo.
Esses dois registros fotográficos entram para a nossa história, desde já, como sinais de um novo tempo. De esperança renovada. Mas, agora, seguramente, de uma realidade transformada pelo avanço tecnológico, mas sempre pelas dádivas da natureza.