O diagnóstico precoce é a melhor medida para combater o câncer infantil, que já desponta como a primeira causa de morte (7% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos de idade, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer). "O tratamento no início da doença vai ampliar as possibilidades de resultados positivos e permitir uma boa qualidade de vida para o paciente no futuro", aponta Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
Por isso, os pais precisam estar atentos aos sintomas dos seus filhos. Segundo o oncologista, nas leucemias, a criança acaba se tornando mais sujeita a infecções. "Essa doença é marcada pela invasão da medula óssea por células anormais. O paciente apresenta palidez e sangramentos, além de sentir dores nos ossos", explica o professor da Unifesp.
Apresentar pupilas brancas quando expostas à luz é sintoma de retinoblastoma. A doença acomete crianças antes dos 3 anos de idade, que podem apresentar ainda sensibilidade exagerada à luz ou estrabismo. O diagnóstico pode ser feito desde a fase de recém-nascido.
Ramon Andrade de Mello alerta para a atenção dos pais para eventual crescimento do volume ou surgimento de massa no abdômen: "Esse pode ser sintoma de tumor de Wilms, que afeta os rins. Outra possibilidade é de um neuroblastoma".
"Crianças e adolescentes que apresentem dores de cabeça, vômitos e alterações motoras precisam passar por um especialista para uma avaliação mais profunda", orienta o oncologista. Segundo ele, esses podem ser sintomas de tumores que afetam o sistema nervoso central, que têm a possibilidade de apresentar ainda alterações de comportamento e paralisia de nervos.
"Muitas vezes, os pais ficam com medo de um diagnóstico positivo ou ainda têm falta de informação. Eles acabam adiando a consulta a um especialista. Um erro que pode trazer resultados negativos para um eventual tratamento", salienta o especialista. Dados do INCA apontam que aproximadamente 80% dos pacientes nessa fase acometidos de câncer podem ser curados.