O Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, comemorado nesta segunda-feira, 26, lembra a importância de um dos ecossistemas mais produtivos e generosos da Terra, capaz de oferecer serviços ecossistêmicos valiosos e gerar ao Brasil benefícios socioeconômicos estimados em US$ 5 bilhões, especialmente com a pesca, turismo e valor de existência.
Presentes em 338 municípios brasileiros, onde vivem 44 milhões de pessoas, o que representa 20% da população, os manguezais têm sua importância cada vez mais reconhecida pelos cientistas e, assim como outros ecossistemas, também sofrem ameaças.
O Brasil possui uma extensão de 6.786 quilômetros ao longo de 16 estados costeiros - do Amapá até Santa Catarina.
"Em algumas localidades, os manguezais contribuem com até 50% da pesca artesanal, alimentando o ciclo de vida de espécies marinhas de grande valor comercial, como robalos, tainhas, siris, ostras e caranguejos. Por suas paisagens únicas, o turismo é outra atividade que se beneficia desses ecossistemas", explica Emerson Oliveira, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Contribuição
Além de oportunidades para a geração de renda, os manguezais são reconhecidos por sua contribuição para a manutenção da vida marinha, sendo o espaço apropriado para a reprodução e desenvolvimento de inúmeras espécies, e também pela proteção costeira, oferecendo segurança diante do aumento do nível do mar provocado pelas mudanças climáticas.
Esse ecossistema é capaz de prevenir a erosão da costa, preservando a infraestrutura urbana, e proteger as regiões costeiras contra a força das marés e dos ventos fortes vindos do mar, além do elevado potencial para a retenção de carbono em suas raízes
Apesar de serem berçários marinhos fundamentais para a conservação da biodiversidade, capazes de gerar trabalho e renda para milhares de brasileiros e serem reconhecidos como infraestrutura natural para mitigar os efeitos da crise climática, os manguezais sofrem pressão por diversas atividades, como mineração, sobrepesca, agricultura e carcinicultura; ocupação irregular e descarga de efluentes. A situação é bastante preocupante", alerta Oliveira.