Trabalhar com a autoestima dos pacientes através do esporte. É esse um dos objetivos do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), na zona Sul de Teresina, que comemorou o Dia Nacional do Desporto, na manhã de terça-feira (23), com muitas atividades esportivas, como natação e futebol dos amputados.
Victor Emanuel, de apenas 5 anos, saiu da piscina e recebeu a equipe do Jornal Meio Norte aos pulos de felicidade. egundo sua mãe, Joelma Pereira, após a entrada do filho para a reabilitação, já observou grandes evoluções físicas e comportamentais.
“O Victor, antes de chegar no CEIR, tinha a movimentação limitada. Não fazia praticamente nada sozinho. Hoje em dia, ele já brinca, pega nas coisas, já está levando as coisas na boca, está tentando tomar água. Para mim é uma felicidade imensa”, comemora a mãe.
Apesar da paralisia cerebral que Victor Emanuel enfrentou ao nascer, o que acabou afetando a sua coordenação motora, o pequeno tem praticado muitos esportes, inclusive a capoeira.
“Quando ele nasceu, a gente já imaginava que ele teria algum tipo de atraso no desenvolvimento, só não sabíamos em que. O que foi percebido quando ele foi crescendo, com as limitações que ele tinha. Mas ele tem melhorado a cada dia, faz fisioterapia, fonoaudiologia, musicoterapia, hidroterapia e até capoeira, o que ele gosta muito de fazer”, pontua.
Para Childerico Robson, supervisor de reabilitação esportiva do Ceir, a ideologia do esporte tem sido aplicada para a vida e para o desenvolvimento dos pacientes em plena reabilitação.
“A gente reabilita vidas, não só dos pacientes, mas também dos parentes e responsáveis. Para isso, usamos o esporte como o meio para conseguir esses resultados.
A disciplina, companheirismo, a parceria e o trabalho em grupo. Isso é aplicado até na natação, que é considerado um esporte individual. Procuramos fortalecer o paciente de maneira individual, mas buscamos interagir todos que passam por aqui”, garante.
O supervisor destaca ainda que a reabilitação desenvolvida pelo Ceir não busca as limitações que os pacientes apresentam, mas sim o que eles podem fazer. “É emocionante e gratificante, para a gente ver uma pessoa como o Vitinho (Victor Emanuel), que chegou aqui todo acanhado, todo limitado. E hoje a gente vê que para ele o céu é o limite.
Na capoeira ele já está há quase um ano. Na reabilitação a gente não procura as limitações, mas sim os potenciais e vem trazendo bons resultados”, fala emocionado.
A educadora física do Ceir, Gabriela Alves, explica que as práticas esportivas realizadas no Ceir, não é para formação de atletas, mas sim para ensinar aos pacientes a terem maior liberdade.
“O que notamos, além do trabalho físico, do ganho motor, é a parte social mesmo, eles passam a aceitar mais a deficiência. Ir para a sociedade sem ter vergonha da deficiência que têm.
O nosso intuito aqui não é fazer com que eles virem atletas para competir, mas sim de dar maior independência para eles. Seja na sua vida diária, seja na terapia”, esclarece a educadora física.