Com a pandemia do coronavírus, o isolamento social foi implantado para evitar a disseminação do vírus. No ramo do varejo, essa medida fez das vendas online uma alternativa essencial para os consumidores evitarem a compra presencial nas lojas físicas.
Com a chegada do Dia das Mães, neste domingo (10), a data mais lucrativa do primeiro semestre deve contar com estratégias online para suprir as boas perspectivas dentro do momento de crise.
Mas essa realidade pouco representa o cenário dos lojistas do estado do Piauí. Tertulino Passos, presidente do Sindicato dos Lojistas de Teresina (Sindilojas), avalia que o Dia das Mães vai surtir pouco efeito nas vendas do comércio delivery local. "No momento, não podemos atender nosso consumidor devido às formas diferentes de atendimento presencial, já que a parcela do comércio que atende com venda online ainda é pequena. As empresas grandes estão no ponto, mas as pequenas sentem dificuldade para adotar esse serviço", declara.
O presidente do Sindilojas explica que o efeito negativo no desempenho do varejo é proporcional ao tamanho da empresa. Mas de todas as formas, os negócios menores registram a dificuldade ampliada, ao contrário dos mais reconhecidos, que possuem maior resistência para enfrentar a situação de crise.
As perdas, desde o início da pandemia no Piauí, têm alertado os varejistas para uma queda na receita.
"Com as lojas fechadas, nós tivemos uma redução de vendas de 85% a 90% praticamente, os 10% seriam as atividades essenciais e o varejo online. Para o nosso estado, estou com uma queda de R$1 bilhão", informa.
Diante desse cenário, o Dia das Mães de 2020 vai ser bem diferente, uma data sem movimentação. Outra grande dificuldade, de acordo com Passos, foi a expectativa gerada meses antes para a data.
"Como é a segunda melhor data do ano, todo mundo se preparou. Estamos com estoques de produtos, mas não tem para quem vender. Além disso, também temos o estoque de impostos e tributos das mercadorias" detalha.
Compra online é alternativa
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Behup, cerca de 82% dos filhos que pretendem presentear as mães no domingo consideram as compras online a melhor opção. A startup de tecnologia também indica que os presentes como perfumes, roupas e chocolates são os principais produtos relacionados à data.
As flores, que têm a essência e beleza associada às mães, também são procuradas pelos filhos. Em Teresina, algumas floriculturas inseriram a modalidade de serviço delivery para possibilitar a chegada dos artigos respeitando os protocolos de higiene e distanciamento social.
Arranjos e cestas personalizadas estão disponíveis em plataformas diversificadas. Elas apresentam ao cliente a liberdade de adequar o presente à personalidade e gosto da mãe, além das categorias de adequação ao bolso, com a opção do menor e maior preço.
Além de gérberas, orquídeas, girassóis, margaridas e rosas, expressar o carinho e dedicação à mãe também pode ser feito por ligações e vídeochamadas, tecnologias que diariamente concretizam uma noção de "proximidade em meio à distância".
A estudante Camila Santos mora com a mãe e já pensou no presente especial para a data "Eu já tinha descartado a possibilidade de ir presencialmente em uma loja, então fui verificar nas lojas online. Percebi que ainda estava mais barato do que antes, nas lojas físicas", relata.
A jovem reconhece os contras no mercado online, como a demora para entrega.
"Já vi que não vai chegar no domingo e ainda vai demorar um pouquinho. Mas a gente sempre conversa que o importante é dar esse retorno e que ela vai ganhar esse presente", disse.
Camila resolveu presentear a mãe com um artigo com valor mais elevado, diferente dos anos anteriores, quando ainda não trabalhava. "A gente sempre acha que tem que presentear todos os dias, temos um companheirismo muito bacana e ela entende que esse sentimento vai além da data", conclui.