Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o índice de desmatamento na Amazônia caiu 54,5% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período em 2023. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (12) e também mostram índices em alta no Cerrado. Os números, referentes a março e ao primeiro trimestre deste ano, foram obtidos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que emite alertas de áreas desmatadas para equipes de fiscalização.
QUEDA NA AMAZÔNIA: Na Amazônia, os alertas de desmatamento em março de 2024 totalizaram 162 km², representando uma queda de 54,5% em relação ao mesmo período de 2023, que registrou 356 km². No primeiro trimestre, a redução foi de 40%, com 507 km² em 2024 contra 845 km² em 2023, os menores números desde 2017.
O QUE PROVOCOU A REDUÇÃO? O coordenador do programa de monitoramento do INPE, Cláudio Almeida, atribui a redução do desmatamento na Amazônia ao aumento da fiscalização, enfatizando a necessidade de políticas para valorizar atividades que não contribuam para o desmatamento.
"O desmatamento estava muito alto, em um nível descontrolado. Então a presença do estado fazendo esse papel de fiscalização resultou nessa queda. Agora vai começar uma segunda fase, em que o governo precisa implementar políticas de valorização de atividades que não levem ao desmatamento. É preciso equilibrar a fiscalização com medidas menos impactantes de desmatamento”, explicou em reportagem do g1.
AUMENTO NO CERRADO: Por outro lado, no Cerrado, o desmatamento cresceu, com um aumento de 23,8% em março de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre, o aumento foi de 4,1%, chegando a 1476 km² em 2024 contra 1417 km² em 2023.
O QUE MOTIVOU ESSE AUMENTO? O governo aponta a exploração do solo como principal fator para esse crescimento e destaca a necessidade de maior controle e mecanismos para conservação das florestas nesse bioma.
“A legislação estabelece um percentual de desmatamento possível e os estados estão implementando a lei. O que a gente precisa ter agora é um maior controle sobre como essas autorizações estão sendo emitidas e criar mecanismos para não incentivar o desmatamento e a incentivar a conservação de florestas”, diz André Lima, secretário nacional de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.