As lembranças mais comuns em relação ao futebol são as vitórias, de preferências aquelas com goleadas fantásticas. No entanto, não basta admirar o esporte para poder praticá-lo sem medidas.
Para refrescar a memória, vale citar alguns casos de mortes de jogadores de futebol em campo, em pleno exercício da profissão:
- O zagueiro Beto, do Moto Clube, morreu de enfarte durante o jogo contra o Tocantins, em setembro de 1985, em São Luís.
- Em 1982, o lateral-direito Carlos Alberto Barbosa, do Sport, morreu infartado na partida contra o XV de Jaú.
- Em 2003, o volante Camaronês Marc Vivien Foé, 28, sofreu uma parada cardíaca durante a partida semifinal jogada contra a Colômbia.
- O zagueiro Paulo Sérgio de Oliveira Silva (Serginho), 30, do São Caetano, morreu em 2004, de parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o São Paulo.
_ Em 2004, o atacante da seleção húngara Miklos Fehér morreu aos 24 anos, de parada cardiorrespiratória no jogo contra o Vitória de Guimarães.
Fato é os amadores sofrem com mais frequência pela falta de conhecimento e por não se prepararem para os esportes praticados somente por lazer, o que implica em uma ou duas vezes por semana, principalmente para aqueles que não têm o hábito de ir à academia. Desconhecer os limites físicos não faz ninguém estar menos sujeitos aos riscos causados por eles. O jogo pode ser muito mais perigoso do que parece. Conversamos com um ortopedista e um cardiologista especialista em esporte para saber quais perigos você corre durante a pelada.
Os principais perigos ortopédicos são:
- Lesões musculares
- Rupturas de ligamento no jelho
- Lesão de ligamento no tornozelo
Para se prevenir, a melhor tática é se preparar durante a semana para o exercício. O Dr. Mauro Dinato* recomenda musculação. Quem não tem mesmo tempo ou vontade de se exercitar, não deve abrir mão da prática esporádica, mas tem que pegar leve. Jogar só metade do tempo já é um bom começo.
Os principais problemas cardíacos são:
- Arritmia
- Dores no peito (Angina)
- Infarto
Além do fortalecimento dos músculos e tendões, também é bom lembrar-se do coração e dos exercícios aeróbicos. Mas o principal cuidado que se deve ter é procurar um médico para uma avaliação antes de iniciar a atividade.
Dr. Nabil Ghorayeb** chama atenção para as doenças silenciosas e desconhecidas. Você não sente nenhum sintoma, mas quando está correndo no campo, fazendo um esforço incomum para o seu corpo, passa mal.
Outro perigo que o cardiologista destaca é que as pessoas usam o cansaço físico ou o suor como indicador de limite. Você não deve esperar seu corpo avisar que está cansado para parar, o certo é seguir o limite indicado por um médico. E o suor é o controle de temperatura do corpo.
Então, fica o aviso dos especialista sobre os riscos: “É raro, mas pode acontecer. Então por que deixar acontecer?”
*Dr. Mauro Dinato é Ortopedista e Médico do Esporte, Especialista em Ortopedia e Traumatologia, pelo Hospital das Clínicas da FMUSP e Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
**Dr. Nabil Ghorayeb é Presidente do Grupo de Estudos de Cardiologia do Esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).