Uma equipe de arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História fizeram uma grande descoberta ao escavar restos de uma tzompantli, que é um altar em forma de duas torres formadas apenas por crânios humanos nos arredores do Templo Mayor na Cidade do México. O templo em forma de pirâmide era o centro político e religioso dos astecas, na capital Tenochtitlan, onde hoje é a capital mexicana.
A equipe chegou a conclusão nos últimos três anos que a descoberta é umas principais provas de como eram grandes os sacrifícios humanos feitos pelo povo mexicano, os governantes dos astecas, entre os séculos 14 ao 16. Detalhes do estudo foram publicados pela revista "Science" neste mês.
A tzompantli tinha 35 metros de comprimento e até 14 metros de largura, maior do que uma quadra de basquete. O altar de crânios também tinha 5 metros de altura e possuía duas torres laterais de 1,7 metro de altura e 5 metros de diâmetro. A estrutura estava instalada em frente ao Templo Mayor e seus dois templos, um dedicado ao deus da guerra Huitzilopochtli e outro para o deus da chuva Tlaloc.
Rituais
Para os astecas, os sacrifícios humanos eram como alimento para os deuses. Os rituais asseguravam a existência da humanidade. Estima-se que milhares pessoas foram sacrificadas aos deuses astecas para fornecer crânios usados para construir a estrutura do local. A equipe de arqueólogos do INAH, liderada por Jorge Gomez Valdes, recuperou cerca de 180 crânios intactos e milhares de fragmentos.
Segundo a equipe do INAH, 75% das vítimas eram homens entre 20 e 35 anos, provavelmente guerreiros. Outros 20% eram mulheres, enquanto 5% eram crianças. Segundo uma análise dos ossos, as vítimas nasceram em diversas da América Central, mas viveram por muito tempo em Tenochtitlan.
Os crânios apresentavam furos nos lados usados para mantê-los no tzompantli. De acordo com os arqueólogos, no ritual, um sacerdote asteca, com muito conhecimento de anatomia humana, usava uma lâmina afiada para abrir o torso da vítima e retirar seu coração ainda pulsante. O corpo era então levado a um espaço onde o sacerdote fazia um corte preciso entre duas vértebras para retirar a cabeça. O sacerdote retirava toda a carne da cabeça até restar apenas os ossos do crânio. Ele então cortava um buraco nas laterais do crânio e o inseria em um espesso pilar de madeira.