Desastre de Mariana pode ter extinguido espécies raras

Pesquisadores apontam que água-viva pode ter sido extinta

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As consequências do desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, podem ser ainda mais graves. De acordo com pesquisadores brasileiros, o acidente pode ter tornado extintas espécies raras, pouco estudadas ou completamente desconhecidas, que habitavam as regiões tomadas pela lama tóxica vazada da barragem de minério de ferro, em novembro de 2015.

A teoria foi apresentada pelos pesquisadores Antonio Carlos Marques, diretor do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar-USP), e Lucília Souza Miranda, pós-doutoranda no Instituto de Biociências (IB-USP), no artigo Impactos ocultos do rompimento da barragem de minérios da Samarco que colapsou a fauna marinha brasileira, publicado na revista BIOTA Neotropica.

O fio condutor do estudo é o desaparecimento da espécie de água-viva extremamente rara Kishinouyea corbini Larson, que ocorria unicamente na Praia dos Padres, em Aracruz (ES), uma das regiões atingidas pela lama tóxica. Há registros de ocorrência da espécie em praia de alguns países do Caribe e no arquipélago baiano de Abrolhos, mas as regiões não tinham comunidades da espécie já estabelecidas. Portanto, é possível que a K. corbini tenha sido extinta pelo desastre de Mariana.

Esta espécie de água-viva foi a primeira da classe Staurozoa – proposta pelo própria Marques, há dez anos – registrada no Brasil. Entre algumas peculiaridades, a K. corbiniera a única espécie de água-viva conhecida que vivia com a boca para cima, enquanto a maioria das águas-vivas tem a boca virada para baixo.

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