Acusado de trocar benção de documentos por funcionários fantasmas, o deputado estadual Pastor Edson Praczyk (PRB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) não só para se defender, mas também para atacar a imprensa e, mais precisamente, a jornalista Paola Manfroi, da RPC TV.
O parlamentar demonstrou todo o seu descontentamento e machismo ao falar do bloqueio de R$ 308 mil de suas contas bancárias, seguindo uma determinação da Justiça a pedido do Ministério Público (MP-PR). Para Praczyk, é um absurdo a jornalista ter tido acesso a informações que nem mesmo ele tinha, o que o fez ‘levantar dúvidas’.
“O que essa jornalista 'deu' para conseguir essas informações privilegiadas? Como que conseguiu isso? Se nem eu sabia que tinham embargado, bloqueado minha conta bancária? Como pode?”, atacou o parlamentar (a partir do minuto 14). No restante do discurso, o deputado do PRB se defendeu das acusações, citando depoimentos colhidos pela polícia - ele postou alguns dos documentos em seu site oficial.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) divulgou nota de repúdio às palavras do deputado, que configurariam “quebra de decoro”.
“O Sindijor-PR reitera que estudará medidas, inclusive judiciais, a serem tomadas contra o deputado. Também informa que encaminhará o caso à Presidência da Alep. Considera incoerente, ainda, o fato de o político seguir na presidência do Conselho de Ética da Casa, tendo inclusive já arquivado o pedido de abertura de processo de cassação contra o ex-presidente da Alep Nelson Justus (DEM), acusado de contratações irregulares e desvio de salários de servidores”.