Denise Leitão chora ao falar de demissão após vídeo de sexo: “Futuro não vai ser fácil”

Eu fui a vítima nessa história e eles só ouviram um lado, disse Denise

Denise Leitão Rocha foi exonerada nesta segunda-feira | Divulgação
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A advogada Denise Leitão Rocha, demitida do Senado após ter um vídeo íntimo vazado na internet, afirma estar com medo de sofrer preconceito no mercado de trabalho. Nesta terça-feira, após ir ao gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), onde trabalhava, para pegar objetos pessoais, Denise emocionada, desabafou.

- Não vai ser fácil chegar e todos saberem do que aconteceu comigo. O futuro não vai ser fácil - lamentou.

Denise não conseguiu encontrar-se com o senador, que é seu primo de terceiro grau, mas ainda pretende falar com o parlamentar. Mas, mesmo que Nogueira volte atrás, não pretende trabalhar novamente com o parlamentar. Leia a entrevista.

O que você planeja agora para o futuro?

Independentemente de eu ser assessora, eu sou advogada. Não dependo do Senado para viver. Agora, o difícil para mim vai ser entregar um currículo. Foi uma atitude desumana e impensada. Vou conhecer novos colegas de trabalho, vou procurar os escritórios em que já trabalhei. Não vai ser fácil chegar e todos saberem do que aconteceu comigo. O futuro não vai ser fácil.

Como foi seu retorno nesta terça-feira ao Senado?

Depois dessa polêmica toda, eu vim hoje para conversar no gabinete. Estava operada. Já conversei com o chefe de gabinete. O senador Ciro só chega à tarde, não sei se vou poder esperá-lo.

Você voltaria a trabalhar lá?

Eu tenho família. Essa demissão foi completamente injusta. Minha família não aceitaria que eu voltasse. Teresina inteira, Piauí, o estado, ninguém está satisfeito com essa demissão.

O senador chegou a dizer que repensaria a demissão. Você chegou a conversar com ele?

Eu havia conversado com ele. Falei que não seria nas dependências do Senado, disse que era um vídeo de seis anos atrás. Ele falou para eu ficar tranquila em relação a isso, já que eu não havia feito nada aqui no Senado. E que minha intimidade não tem nada a ver com o meu trabalho. Fui me operar e, depois que saí da cirurgia, a imprensa me ligou dizendo que eu havia sido demitida. Aí que eu fui saber. Vim hoje porque esse assunto está tomando uma proporção que está fazendo mal à minha família. Eu torço para que tudo dê certo para ele. Mas continuo achando que foi uma demissão desumana e machista.

O que você acha que mudou dessa conversa lá atrás para agora, com a sua exoneração?

Não tive contato com ele para saber o que passou pela cabeça dele. Ele sabe que eu sou uma boa pessoa. A deputada (Iracema Portella, mulher de Ciro Nogueira) também sabe do meu trabalho sério. As pouquíssimas vezes em que estivemos juntas ela viu isso. Se a decisão foi tomada com base no argumento de que eu iria atrapalhar, isso é a cabeça dele.

Quando você soube do vazamento?

No dia do depoimento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT). Logo que eu estava entrando, uma pessoa, por quem tenho muita admiração, me informou. Tenho muita gratidão por essa pessoa. Fico até emocionada quando falo nisso, porque essa pessoa teve coragem de chegar e contar o que estava acontecendo (Denise para de falar e chora).

Naquele dia mesmo, você parou de trabalhar?

Naquele dia, fui aconselhada pela equipe e pelo senador a parar de trabalhar. Mesmo que não tivesse esse aconselhamento, eu, como advogada e ser humano, me afastaria.

Você ainda está sofrendo com o vazamento do vídeo?

Sim, estou tomando remédios de duas em duas horas e estou com acompanhamento psiquiátrico.

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