O mercado de comida delivery está impulsionando o setor de alimentação em Teresina. Restaurantes e empreendedores estão apostando no segmento de entrega a domicílio, e os resultados são lucros satisfatórios. Neste período de chuvas a busca pelo serviço aumenta, pois as pessoas terminam não querendo sair de casa.
Uma rede de restaurantes nacional, por exemplo, abriu uma segunda unidade na capital quase que totalmente voltada para delivery. A ideia de vender comida a domicílio já era algo forte na marca. Hoje a demanda na nova franquia é de 90% delivery e 10% convencional.
A ideia da empresa é oferecer comida quentinha com entrega rápida. “As pessoas buscam muito. Aqui saem muitos pratos, como o yakissoba. Além dos pratos combinados. Chegamos a entregar até 50 refeições em um dia. Quando chove, aumentam os pedidos, porque as pessoas não querem sair de casa”, explica Simone Tavares, atendente do restaurante.
O volume de vendas aumentou após o surgimento de aplicativos que facilitam os pedidos. Somente na capital, três grandes aplicativos dominam o mercado, além de uma empresa de transporte que agora também investe na entrega de refeições. No caso do restaurante que Simone trabalha, a maioria dos pedidos chega por eles.
Mas os aplicativos não foram os únicos a aumentarem a demanda deste restaurante. “Nós não abrimos essa nova filial por conta dos aplicativos. A demanda por telefone também é grande. Na verdade, nossa outra unidade na zona Leste já estava com muita demanda e tivemos que abrir outra loja para atender mais clientes”, aponta a atendente.
A frota de motoboys para entregas é grande no restaurante. Eles sempre chegam e logo retornam às ruas para entregar novos pedidos. “A demanda é realmente muito grande. Tem épocas que é mais fraco, mas os pedidos não deixam de chegar para a gente”, avalia Simone Tavares.
Aplicativos “descobriram” a capital
Os aplicativos de comida viram em Teresina um comércio aquecido. Com a facilidade de credenciar restaurantes, hoje mais de 200 lojas estão no maior aplicativo do gênero. E muitas pessoas acabam se rendendo à praticidade.
É o caso de Cláudia Marques, de 29 anos. “Chego em casa todos os dias às 22h. Então a saída é o aplicativo. A comida chega rápido e quentinha. Não preciso fazer supermercado, acho que sai até mais barato”, revela.
Cláudia ressalta que a busca por comida delivery é por conta da falta de tempo. “Tenho dois empregos, e apesar de morar sozinha não tenho saco para cozinhar para mim mesma. Ou como fora ou como delivery. Como chego muito cansada, geralmente é delivery mesmo”, aponta.
Um empreendedor local, por exemplo, aumentou os lucros a partir dos apps. “Começamos a vender mais através do aplicativo. Hoje somos mais conhecidos e as pessoas nos procuram por causa dos combos. Melhorei de vida vendendo sushi para amigos, agora o negócio ficou sério”, conta Carlos Silva.
Os clientes e comerciantes agradecem a nova plataforma, que também não deixa de ser uma ferramenta de marketing. “Lá posso fazer promoções e chamar a minha clientela. Desta forma, podemos vender mais, contratar um funcionário novo, é uma boa oportunidade”, aponta.
Comida vegana via delivery
O ramo de comidas vegetarianas e veganas também tem crescido na capital. Os empreendedores, atentos a este novo nicho, encontraram uma boa forma de lucrar. E o melhor: sem sofrimento para os animais.
É o caso de um restaurante delivery que optou por pratos sem a presença de produtos de origem animal. “Recebi o incentivo do meu namorado, o Bruno. Foi uma idéia de comida boa e no preço. Por receio de não haver muita saída do prato vegano, havia a tradicional, que era de origem animal. Mas com o decorrer do desenvolvimento e necessidade, hoje somos 100% veganos”, explica a empreendedora Mikaelly Monteiro.
Mikaelly é fisioterapeuta, mas viu na venda de comidas uma oportunidade de conseguir uma renda extra. “Temos pouquíssimo tempo no mercado. Um mês só. Mas com um bom feedback dos clientes já conquistados”, garante a moça.
As refeições não são exclusivas para veganos, mas também para pessoas que se permitam conhecer a filosofia. “Os pratos são feitos tanto para quem é vegano como para quem está começando, logo porque são comidinhas bem caseiras. Vem duas opções de salada, crua e cozinha, dois pratos principais do dia, arroz e algum tipo de feijão”, lista Mikaelly.
Adepta do Hare Krishna, ela ressalta que a comida tem um toque indiano. “Sou vegetariana há 5 anos mas 80% da minha alimentação é vegana. Entendo a necessidade aqui de um delivery e ponto de alimentação, apesar de haver alguns ainda há carência. Pois todos tem ideia de ser caro e não é”, finaliza.