O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (PSL-GO), anunciou nesta segunda-feira, 21, que vai deixar o posto. Ele foi substituído na liderança pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, que teve a indicação defendida por uma lista de 29 deputados do partido, entregue hoje à secretaria-geral da Câmara pelo líder do governo na Casa, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). As informações são da Veja.
O nome de Eduardo apareceu no sistema da Câmara como novo ocupante do cargo no início da tarde desta segunda-feira (21).
O anúncio de Delegado Waldir vem depois de o presidente do PSL, Luciano Bivar, informar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que “por questões estatutárias” não era mais válida a suspensão temporária das atividades partidária de cinco deputados do PSL, determinada na sexta-feira 18.
Com a medida de Bivar, os deputados Carla Zambelli (SP), Bibo Nunes (RS), Filipe Barros (PR), Carlos Jordy (RJ) e Alê Silva (MG), alvos da suspensão, puderam assinar a lista pró-Eduardo, que superou os 27 nomes necessários para troca na liderança da sigla.
“Venho a público fazer um esclarecimento. O meu partido, PSL, decidiu retirar a ação de suspensão de cinco parlamentares. E aceitamos democraticamente uma nova lista que foi feita por parlamentares. Já estarei à disposição do novo líder para, de forma transparente, passar para ele toda a liderança do PSL”, disse Waldir, em um vídeo.
Depois de dizer em uma gravação vazada na semana passada que iria “implodir” Jair Bolsonaro, a quem chegou a chamar de “vagabundo”, Delegado Waldir afirmou ainda que não é subordinado “a nenhum governador, a nenhum presidente, mas, sim, ao meu eleitor”. “Vou continuar defendendo todas as prerrogativas do Parlamento. Nós não rasgamos a Constituição ainda. Nós não rasgamos a Constituição. A Constituição prevê que o Executivo não deve interferir no parlamento em nenhuma ação”, declarou.
A troca de Waldir por Eduardo Bolsonaro na liderança do PSL na Câmara é o desfecho de uma crise que nasceu de outra, a briga entre Bolsonaro e Bivar pelo comando do PSL, que pode levar o presidente a sair do partido. A mudança contou com a articulação pessoal do presidente, gravado por um deputado do partido enquanto orientava a formação de uma lista para destituir o agora ex-líder.