A dificuldade de disponibilizar leitos de UTI foi apontada pelo presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Pedro Leopoldino, como um dos principais entraves a um maior desenvolvimento do setor da saúde na capital e no estado.
Segundo ele, o déficit de unidades de tratamento intensivo em Teresina chega a 178 e, no Piauí essa defasagem é de pelo menos 781 leitos. Leopoldino afirmou também que é preciso rever a maneira como a saúde é gerida no país.
“Da forma em que está, os municípios estão sobrecarregados, e não conseguem gerir as unidades recebendo tão poucos recursos do governo. O funcionamento de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) como a que está sendo construída na região Sudeste de Teresina, por exemplo, custa R$ 1,2 milhão por mês, mas o governo quer mandar apenas R$ 250 mil, ficando o resto por conta dos recursos municipais. Isso dificulta tudo”, disse o gestor.
Leopoldino afirmou também que, diante das dificuldades em oferecer UTIs de acordo com a demanda local, já está sendo providenciada a disponibilização de mais 10 leitos de tratamento intensivo no Hospital de Urgências de Teresina, que é o único da rede municipal que pode receber esse investimento, por ter mais de 100 leitos.
“Com essa medida, alcançaremos um total de 36 UTIs e estaremos cumprindo o que é recomendado pelo Ministério da Saúde, que diz que 10% dos leitos do município precisam ser de terapia intensiva”, complementou Leopoldino, ressaltando que atualmente a rede municipal tem 289 leitos.
O HUT também vai ganhar mais três salas de cirurgia, ficando com um total de nove salas dedicadas a esses procedimentos. O presidente da Fundação defende um pacto interfederativo entre as três esferas do poder público, para garantir que as normas dos repasses federais relativos à saúde sejam redefinidas de acordo com a realidade de cada região.
Para exemplificar essa premissa, Leopoldino citou o caso da cidade de São Bernardo do Campo (SP) que, apesar de ser do mesmo porte de Teresina, recebe muito mais recursos do governo federal, mesmo tendo uma parcela bem maior da população atendida pelos planos de saúde.