O que antes era um local que capacitava a população com cursos profissionalizantes, atualmente é palco de assassinatos e ponto de uso de drogas.
O prédio do Centro Social Urbano (CSU), localizado na Praça da Integração do bairro Parque Piauí, na zona Sul de Teresina, está pelo menos há 5 anos abandonado pelo poder público. De lá para cá, a estrutura física, hidráulica e elétrica do prédio encontra-se comprometida.
No CSU funciona somente um ponto do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Os poucos funcionários que trabalham no local reclamam das condições do espaço. Um dos vigilantes, que prefere não se identificar, conta que a todo momento fica amedrontado diante da presença dos usuários de drogas.
"É difícil trabalhar nesse lugar. A polícia tira os drogados daqui de dentro, mas rapidamente eles voltam. Fica um lugar perigoso da gente ficar. Eu mesmo já presenciei dois assassinatos entre eles aqui no prédio", relata o vigia.
Além da presença dos dependentes químicos e da falta de estrutura, não existe limpeza no CSU. O acúmulo de lixo e o matagal tomam conta do prédio.
As mais de 30 salas do Centro estão imundas. As que ficam na parte de trás do espaço, por exemplo, estão repletas de latinhas [usadas para o uso do crack].
O problema tende a perdurar por mais tempo, visto que órgãos estaduais estão divergindo sobre a responsabilidade pelo Centro. Funcionários do CSU afirmam que o espaço é gerido pela Secretaria Estadual de Assistência Social (Sasc).
No entanto, a assessoria de imprensa da pasta informa que o prédio foi cedido para a Secretaria Estadual de Segurança Pública, por meio do Termo de Contrato de Cessão do imóvel com vigência de cinco anos, publicado no dia 20 de novembro de 2013, no Diário Oficial do Estado.
Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança afirma que a pasta não é cessionária do CSU e reitera que o Centro é de responsabilidade da Sasc. "A secretaria de Segurança administrava o Centro, mas desde o início do ano o secretário de Assistência Social, Henrique Rebelo, solicitou a cessão de volta do prédio", informa.
Líderes comunitários querem polo da Uespi no local
Enquanto o impasse acerca da administração do Centro Social Urbano não é solucionado, líderes comunitários da zona Sul estiveram reunidos com o reitor da Universidade Estadual, Nouga Cardoso, e solicitaram dele a implantação de um polo de ensino da instituição no local.
"Queremos essa implementação para atender à demanda popular da região, visto que os campi localizados nas regiões Norte e Sudeste já não atendem à quantidade de estudantes do Estado", explica o líder Ascânio Sávio dos Santos.
O reitor se mostrou favorável às reivindicações dos líderes comunitários. "A implantação de uma clínica escola no CSU seria uma boa ideia. No prédio poderia funcionar a clínica dos cursos de Psicologia e Fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas.
Além do curso de Educação Física, que deixaria de ser ofertado no campus Torquato Neto", disse Nouga Cardoso.
No entanto, o reitor afirma que aguarda o posicionamento do Governo do Estado sobre os projetos. "Depende do governador, porque gera despesas", finaliza.