Criminosos detonam explosivos em viaduto e queimam ambulância no 10º dia de ataques no Ceará

Série de ataques tem 187 ações criminosas em 43 cidades cearenses desde 2 de janeiro. Governo transferiu 41 membros de facções criminosas do Ceará para presídios federais.

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Criminosos voltaram a atacar um viaduto, prédios públicos e veículos entre a noite de quinta-feira (10) e a madrugada desta sexta-feira (11) no Ceará. A onda de violência no estado chegou ao 10º dia seguido com 187 ataques confirmados em 43 dos 184 municípios cearenses. O Governo do Ceará confirmou que, após a onda de violência, transferiu 41 membros de facções criminosas do estado para presídios federais, sendo 20 transferências realizadas entre a noite de quinta e a madrugada desta sexta-feira.

Os ataques começaram no dia 2 de janeiro, quando bandidos incendiaram ônibus, transportes escolares, veículos de prefeituras, prédios públicos e comércios na capital e no interior. A Secretaria da Segurança Pública comunicou que 287 suspeitos de envolvimentos nos crimes foram detidos. Os atentados iniciaram após o anúncio de medidas do governo para tornar mais rígida a fiscalização nos presídios cearenses.

Explosão em viaduto

Na noite desta quinta-feira, bandidos detonaram explosivos na parede de um viaduto na rodovia CE-040, no Bairro Messejana, na capital. A explosão não causou danos ao equipamento, mas o viaduto precisou ser isolado durante a noite.

Rafaela Duarte/Sistema Verdes Mares

O barulho da explosão foi ouvido por moradores de bairros vizinhos. De acordo com uma moradora da região que não quis se identificar, a explosão gerou um tremor nas casas vizinhas. "Foi um estrondo muito forte, tipo como se tivesse uma implosão de um prédio", comentou.

De acordo com a Polícia Militar, parte do explosivo não detonou e por conta disso a área do viaduto foi isolada. Uma equipe do esquadrão antibombas da Polícia Militar foi acionado para o artefato e evitar uma nova explosão.

Na madrugada de quarta-feira (9) também houve explosão no viaduto da estação da Linha Sul do Metrô de Fortaleza do Bairro Parangaba, em Fortaleza.

Presos transferidos

Como reação aos crimes, o Governo do Estado confirmou que mais 20 membros de facções criminosas que estavam detidos no Ceará foram transferidos para presídios federais em outros estados. As transferências ocorreram entre a noite de quinta e a madrugada desta sexta-feira. O governo não informou a identificação dos detentos nem os estados em que eles foram levados.

O Ministério da Justiça informou que foram transferidos 15 presos do Ceará para o presidio federal de Mossoró. A operação foi finalizada na manhã desta sexta-feira, com escolta conjunta da Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e agentes do Governo do Ceaará.

O governador Camilo Santana já havia confirmado, em entrevista para a GloboNews, na quarta-feira (9), que 21 chefes de facções criminosas que estavam presos no Ceará foram levados para unidades federais, totalizando 41 transferências. O Governo Federal já havia oferecido 60 vagas para receber criminosos do Ceará.

 Fco Fontenele/O POVO

Motivação dos atentados

Os atentados começaram após uma fala do novo titular da Secretaria de Administração Penitenciária do estado, Luís Mauro Albuquerque, que afirmou que iria acabar a entrada de celulares nos presídios e encerrar a divisão de presos nas detenções conforme a facção criminosa a que pertencem.

O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou que a nomeação do novo gestor das unidades prisionais motivou o início dos ataques. Em pichações em prédios públicos e residências, os criminosos pedem a saída de Mauro Albuquerque. "A criminalidade já conhecia o trabalho dele", afirmou André Costa.

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